Falando no encerramento do XXIII Congresso da JS, em que foi reeleito, Miguel Costa Matos disse que legalizar a canábis "não é uma causa fraturante", mas sim "uma causa estruturante na saúde pública".
"Há outras [causas] nas quais nós devemos aproveitar esta maioria absoluta do Partido Socialista para fazer avançar. E esse é, sem dúvida, o caso da legalização da canábis", referiu.
"Legalizar a canábis não é uma causa fraturante, é uma causa estruturante na saúde pública, é uma necessidade de controlarmos, regularmos, fiscalizarmos a substância que é hoje entregue às ruas. É legislarmos pela evidência, é partirmos dos exemplos do Canadá, do Uruguai, de alguns estados dos Estados Unidos da América, vai ser o caso da Alemanha, vai ser o caso da Malta", acrescentou.
Para Miguel Costa Matos, é preciso firmar hoje "um novo contrato social" com os jovens, "numa altura em que tantos estão a virar para as extremas direitas ou para os liberalismos".
"Precisamos de demonstrar que é aqui com os socialistas, é aqui através do Estado Social, através da igualdade de oportunidades que nós construímos verdadeiramente a sua liberdade e a sua realização", disse.
Para Miguel Costa Matos, "um eixo absolutamente central nesse novo contrato social tem de ser o combate às alterações climáticas".
"Está na altura de nos definirmos como a maior força partidária ecologista em Portugal. Somos nós, a JS, os construtores da Lei de Bases do Clima", referiu.
Uma lei que, acrescentou, é preciso para "tirar do papel".
"Temos de ter uma consciência que se é caro agir, é muito mais caro não agir. E é muito mais caro deixar andar a emergência climática", alertou.
Dirigindo-se ao secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, o líder da JS destacou "o caráter reformista e de esquerda com que tem governado o país e a forma como tem valorizado os jovens na sua intervenção e na sua governação".
Miguel Costa Matos, candidato único, foi hoje reeleito secretário-geral da JS, com 195 votos a favor, 33 brancos e 10 nulos.
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