O antigo deputado pelo Partido Social Democrata (PSD), Carlos Abreu Amorim, juntou-se ao coro de indignação perante o caso que envolve a ex-secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, e a indemnização que terá recebido após a saída da TAP, considerando, por isso, que o cargo do ministro das Finanças, Fernando Medina, já não é viável.
“Se Medina não sabia aquilo que era obrigado a saber acerca da sua secretária de Estado do Tesouro, é um incompetente”, começou por atirar o social-democrata, na sua página da rede social Facebook, na quinta-feira.
Por outro lado, continuou, “se Medina sabia de tudo, disfarçou e fingiu ignorância (como no caso dos dados dos manifestantes anti-Putin oferecidos à embaixada russa) é um mentiroso”, acusou, referindo-se à polémica em que o então presidente da Câmara de Lisboa se viu envolvido, depois de o organismo ter feito chegar às autoridades russas os nomes, moradas e contactos de três manifestantes russos que participaram num protesto, em frente à embaixada russa em Lisboa, pela libertação de Alexey Navalny, opositor daquele Governo.
“Em ambos os casos, a sua sobrevivência como ministro é insustentável numa democracia plena e madura”, rematou.
Contudo, esta sexta-feira, o ministro das Finanças disse, esta sexta-feira, que não terá sido “informado que essa indemnização [da TAP] tinha ocorrido”, assegurando que, quando percebeu “os riscos que colocava à autoridade política do Ministério”, agiu.
Além disso, Medina considerou ter condições para manter o seu cargo, confessando que “não [percebia] a pergunta”.
“Há uma questão de fundo que é a seguinte: eu não ocupava nenhuma função governativa quando esta decisão da TAP é tomada - como já terão reparado pela cronologia, não tive nenhuma relação com a decisão", salientou.
De notar que Pedro Nuno Santos demitiu-se, na quarta-feira à noite, para "assumir a responsabilidade política" do caso da indemnização de 500 mil euros da TAP à ex-secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, demitida, na terça-feira, pelo ministro das Finanças, Fernando Medina.
Esta foi a terceira demissão do Governo em dois dias, depois de Alexandra Reis, e do secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Santos Mendes, que acompanhou a decisão de Pedro Nuno Santos.
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