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"Inevitabilidade" e "artistices". As reações à demissão de Carla Alves

Carla Alves foi secretária de Estado da Agricultura pouco mais de 24 horas. Eis o que se diz depois da sua saída do Governo socialista.

"Inevitabilidade" e "artistices". As reações à demissão de Carla Alves
Notícias ao Minuto

23:57 - 05/01/23 por Notícias ao Minuto

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Carla Alves tomou posse como secretária de Estado da Agricultura na quarta-feira, contudo, passadas pouco mais de 24 horas, apresentou a demissão, depois de ser noticiado o arresto de contas conjuntas que tem com o marido e ex-autarca de Vinhais, Américo Pereira.

A demissão adensa as críticas ao Governo socialista e ao primeiro-ministro, António Costa, que veio garantir firmeza "na execução das suas políticas", sem uma referência direta a Carla Alves.

Já o líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, foi um dos primeiros a comentar a demissão, considerando que a agora ex-governante agiu "bem" ao deixar o Executivo socialista e perceber que não "tinha condições políticas e éticas para continuar", ao "contrário" de António Costa, que "passou toda a tarde, no Parlamento", a defendê-la.

Por sua vez, Rui Rocha, candidato à liderança da Iniciativa Liberal (IL), defendeu que esta demissão "confirma que o Governo está em decomposição" e que António Costa "é incapaz de lhe dar novo rumo ou um mínimo de estabilidade". "Cada dia com este Governo piora o país", acrescentou.

Quem reagiu à demissão de Carla Alves com algum humor foi o presidente da Juventude Social-Democrata (JSD), Alexandre Poço, lembrando o outdoor que a JDS havia inaugurado na segunda-feira, 2 de janeiro, onde se lia: "Em 09 meses, já caíram 11 membros do Governo".

"E não demorou muito a mexer. Vamos atualizar o contador o mais rápido possível", comentou o deputado social-democrata no Twitter.

Também Duarte Marques, antigo deputado do PSD, recorreu às redes sociais para comentar o assunto e considerou que o "único responsável" pelo que "está a falhar no Governo" é o primeiro-ministro, António Costa. "Acabou-se a tolerância com as suas artistices", afirmou.

Outra voz que se fez ouvir foi a do líder do CDS-PP, Nuno Melo, que defendeu que António Costa, "deixou de ter condições para governar o país". Desta forma, o partido pede a dissolução do Parlamento e eleições legislativas antecipadas.

Do lado do PAN, Inês de Sousa Real afirmou que "não se pode normalizar o que não deve ser normalizado". "A demissão da Secretária de Estado Carla Alves era uma inevitabilidade. O país precisa de foco na promoção de respostas para os vários desafios que enfrenta, não de um Governo à deriva, perdido na sua própria maioria absoluta", escreveu a deputada no Twitter.

Também nas redes sociais, Carlos Moedas notou que, "no momento em que os portugueses mais precisam de estabilidade governamental assistimos a casos surreais que provocam instabilidade social e económica". "Não será demais lembrar que uma das funções de quem governa é garantir estabilidade", disse o presidente da Câmara de Lisboa.

De recordar que o Correio da Manhã noticiou hoje o arresto de contas conjuntas que Carla Alves tem com o marido, informação divulgada menos de 24 horas depois da tomada de posse como secretária de Estado da Agricultura.

O Ministério Público acusou de vários crimes e mandou arrestar bens do advogado e antigo autarca socialista, que saiu da liderança do município em 2017, num processo de mais de 4,7 milhões de euros que tem mais três arguidos.

Leia Também: As (pouco mais de) 24 horas em que Carla Alves foi secretária de Estado

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