José Abraão contra "lógica da continuidade" e pede mudanças a Costa

O dirigente sindical da UGT José Abraão, insurgiu-se hoje, durante a reunião da Comissão Nacional do PS, contra discursos pela "lógica da continuidade" e pediu ao líder, António Costa, que se vire a página com mudanças efetivas.

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Lusa
14/01/2023 18:45 ‧ 14/01/2023 por Lusa

Política

Governo

José Abraão, dirigente sindical da administração pública, e António Marçal, este presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais, fizeram até agora as intervenções mais críticas desta reunião da Comissão Nacional do PS, que decorre em Coimbra.

Fonte socialista disse à agência Lusa que José Abraão pediu a palavra para contestar a defesa da "lógica da continuidade" do Governo inerente a vários dos discursos antes proferidos nesta reunião.

"Não concordo com essa continuidade, é preciso mesmo virar a página, ter mais em consideração as pessoas e valorizar efetivamente os serviços públicos", contrapôs o dirigente da UGT.

José Abraão disse aceitar que a atual conjuntura coloca desafios difíceis ao nível da governação, mas considerou que na ação do Governo "falta comunicação com as pessoas, saber ouvi-las".

"Depois, não basta andar a anunciar medidas. É preciso fazer", afirmou, e apontou um exemplo: "Por várias vezes já foi anunciado o novo sistema de avaliação da administração pública".

"É preciso fazer. Desculpem, mas sou uma voz inconformada", rematou, num recado destinado à direção do PS e aos membros do Governo presentes na reunião.

Nesta mesma reunião, o sindicalista António Marçal alertou para a "necessidade de se resolver os problemas dos funcionários judiciais", falando em "falta de trabalhadores, de promoções, de condições de trabalho".

"Somos a única carreira do judiciário ainda sem revisão. Temos situações que aguardam resolução há já tempo demais, como é o caso da integração do suplemento -- uma questão que já se arrasta desde os tempos em que António Costa desempenhou [funções] de ministro da Justiça" no segundo Governo de António Guterres.

António Marçal considerou que "não é trabalho digno pagar menos 800 euros a um oficial de Justiça que é obrigado a trabalhar em Lisboa, onde um quarto custa entre 400 e 500 euros, estando deslocado centenas de quilómetros da sua residência".

Leia Também: Costa pede aos socialistas que sejam mais exigentes consigo próprios

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