PCP. Polémicas refletem "subordinação" do poder político ao económico

O PCP defende que as polémicas que envolvem o Governo são "reflexo da subserviência e subordinação" do poder político ao poder económico, insistindo que o partido tinha razão quando afirmou que "era necessário mudar de política".

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Lusa
28/01/2023 07:11 ‧ 28/01/2023 por Lusa

Política

Maioria Absoluta

Em entrevista à agência Lusa, a propósito do primeiro ano desde as eleições legislativas antecipadas em 30 de janeiro de 2022, a líder parlamentar do PCP, Paula Santos, foi questionada sobre as polémicas que envolvem o Governo desde a sua posse em março do ano passado.

"Não desvalorizamos, naturalmente, as circunstâncias que têm sido conhecidas relativamente aos membros do Governo, aliás, elas são também resultado e reflexo da subserviência e da subordinação do poder político ao poder económico, da promiscuidade que existe entre poder económico e político, com membros do Governo que estão em funções públicas e depois passam para o exercício de altos cargos em empresas e grupos económicos", defendeu.

A dirigente comunista insistiu que "o PCP tinha razão quando afirmou que era necessário mudar de política" e quando "na discussão do primeiro Orçamento do Estado para 2022" - cujo chumbo levaria a eleições antecipadas - "colocou a questão dos salários, da legislação laboral, da saúde, da habitação, como questões prioritárias que exigiam resposta".

"Esta maioria absoluta do governo do PS e esta maioria parlamentar têm-se traduzido numa opção política de recusa em dar resposta aos problemas que afetam os trabalhadores e o povo, acentuando desigualdades, injustiças, empurrando para o empobrecimento, e isto num contexto de agravamento das condições de vida da generalidade da população, ao mesmo tempo em que toma uma opção de favorecimento dos grupos económicos", acusou.

No último ano o PCP viu uma "convergência do PS com os partidos à direita" e questionada sobre a promessa de diálogo feita pelos socialistas quando venceram as eleições legislativas com maioria absoluta, Paula Santos respondeu que até agora apenas tem visto diálogo do PS "com o patronato e os grupos económicos".

Os comunistas insistem na necessidade de investimento em áreas como o Serviço Nacional de Saúde (SNS), a escola pública ou a habitação, "em que sistematicamente aquelas que são as respostas que seriam necessárias não têm estado presentes nas opções por parte do PS e do seu Governo".

"A verdade é que os salários e as pensões hoje dão para menos e esta é uma questão absolutamente prioritária", sublinhou.

Em 30 de janeiro de 2022 o PS venceu as eleições legislativas antecipadas com maioria absoluta e elegeu 120 deputados, tendo o PSD ficado em segundo lugar, com 77 parlamentares. O Chega conseguiu a terceira maior bancada, com 12 deputados, seguindo-se a Iniciativa Liberal, com oito, o PCP, com seis, o BE, com cinco, o PAN, com um, e o Livre, também com um.

Devido à repetição de eleições no círculo da Europa, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apenas deu posse ao XXIII Governo Constitucional, o terceiro chefiado por António Costa, em 30 de março de 2022.

Leia Também: IL acusa Governo de "incompetência, incapacidade e instabilidade"

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