Maioria absoluta. PS desdramatiza as opções de confrontação com o Governo

O líder parlamentar do PS considerou normal, num contexto de maioria absoluta, que partidos ou movimentos da sociedade "se concentrem" na confrontação ou diálogo com o Governo e desvalorizou as mudanças no executivo socialista.

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Lusa
28/01/2023 07:03 ‧ 28/01/2023 por Lusa

Política

Maioria Absoluta

Em entrevista à agência Lusa, a propósito de um ano desde as eleições legislativas antecipadas de 30 de janeiro de 2022, que deram ao PS maioria absoluta, Eurico Brilhante Dias foi questionado sobre se as recentes polémicas com governantes e a apresentação de duas moções de censura no parlamento são um sinal de enfraquecimento do Governo.

O dirigente socialista começou por dizer que "as maiorias absolutas têm uma característica que é a de colocar no centro da atividade política - e política muito para além do hemiciclo - o Governo e a ação do Governo".

"Porque em bom rigor a maioria [absoluta] dá ao partido que tem essa maioria a possibilidade de aqui neste hemiciclo fazer passar as suas propostas. E, portanto, aquilo que é normal é que as outras forças políticas, com perspetivas muito diferentes - não são todas iguais, naturalmente - se concentrem em fazer oposição ao Governo e que todos os movimentos da sociedade, quer desde o ponto de vista sindical e outros, se concentrem no essencial na sua agenda de confrontação, ou também de diálogo, com o governo", salientou.

Ao partido do governo, continuou, cabe ser "uma maioria de diálogo", mas "daí não se pode depreender que o PS viabiliza todos os requerimentos" no parlamento.

Brilhante Dias defendeu que "o Governo forte é o resultado da vontade dos portugueses, é uma maioria com 120 deputados, uma liderança clara e continuada desde 2015, e um conjunto de políticas públicas que deve prosseguir", assinalando que "em quase todas as pastas governativas nos últimos sete anos houve mudança".

"Eu próprio fui membro do Governo quase durante cinco anos e agora estou no parlamento como presidente do Grupo Parlamentar do PS, faz parte da dinâmica a renovação das equipas. [...] O importante é a linha política ser a mesma, continuada, e centrarmos a vida parlamentar e de ação política em resolver problemas", sublinhou.

Dando como exemplo o combate à inflação, o dirigente socialista realçou que "o Governo apresentou um conjunto de pacotes ou programas de apoio em 2022 e não é de excluir que em 2023, em função da evolução da economia", se volte "a olhar para esse aspeto".

Brilhante Dias destacou ainda algumas "realizações importantes" do executivo neste primeiro ano, como a aprovação de dois Orçamentos do Estado, a importância da 'Agenda para o Trabalho Digno', o "acordo de médio prazo para a melhoria dos rendimentos, dos salários e da competitividade" ou o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que já tem "obra no terreno".

Em 30 de janeiro de 2022 o PS venceu as eleições legislativas antecipadas com maioria absoluta e elegeu 120 deputados, tendo o PSD ficado em segundo lugar, com 77 parlamentares. O Chega conseguiu a terceira maior bancada, com 12 deputados, seguindo-se a Iniciativa Liberal, com oito, o PCP, com seis, o BE, com cinco, o PAN, com um, e o Livre, também com um.

Devido à repetição de eleições no círculo da Europa, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apenas deu posse ao XXIII Governo Constitucional, o terceiro chefiado por António Costa, em 30 de março de 2022.

Leia Também: PSD acusa PS de "desbaratar a confiança dos portugueses"

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