A deputada socialista Isabel Moreira juntou-se às críticas à decisão da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), na sexta-feira, de não afastar, para já, os padres suspeitos de abusos sexuais, denominando-a de "atitude lamentável, de proteção da Igreja".
Em comentário na SIC Notícias esta segunda-feira, a deputada do PS, considerou aquele "um relatório importantíssimo e sério que deveria ser transformador da Igreja no bom sentido".
No entanto, aponta, a Igreja "faz o que sempre fez: protege a Igreja e a imagem da Igreja", fazendo com que pareça "que é qualquer coisa que ofende não as vítimas mas a Igreja".
Indignada com as declarações feitas por Manuel Clemente sobre um relatório que considera "bem elaborado com indicações claríssimas de alguns sacerdotes com perfil de repetição", Isabel Moreira lembra que o documento "aconselha a que sejam afastados preventivamente dos locais".
"É uma lógica de juridiquês que não faz sentido nenhum", recordando a ideia de que ter sido "só uma lista de nomes não é verdade", aliás, atira: "é uma ofensa". "As vítimas foram encorajadas a falar, reviveram o trauma", explica.
Recorde-se que, na sexta-feira, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) reagiu ao relatório sobre os abusos na Igreja, com D. José Ornelas a dizer que foram entregues a cada diocese a lista dos nomes dos alegados abusadores, destacando ainda que cada diocese decidirá as medidas a aplicar a cada caso.
D. José Ornelas elaborou ainda que a Igreja vai "analisar nome a nome", e que o "processo canónico é independente do processo civil".
"Se houver outros documentos que nos cheguem para identificar o eventual abusador e o que fez de errado, evidentemente, tomaremos as respetivas medidas", vincou.
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