A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, juntou-se esta segunda-feira ao protesto dos trabalhadores dos bares dos comboios Alfa Pendular e Intercidades, onde anunciou que vai pedir para ouvir o ministro das Infraestruturas no Parlamento sobre os salários em atraso.
"Os trabalhadores dos bares e restaurantes da CP, há ja praticamente um ano, só quando fazem pré-avisos de greve é que recebem os salários, estão sempre com salários em atraso", denunciou, junto à Estação Ferroviária da Campanhã, no Porto, onde estes trabalhadores se concentraram.
"Mesmo que quisessem trabalhar, não tinham sequer uma água para vender numa carruagem da CP e a CP não faz absolutamente nada", acrescentou, falando numa "situação verdadeiramente desesperada".
Para Catarina Martins, "se a empresa concecionada não paga os salários, se não cumpre as suas obrigações, então tem de ser a CP a pagar os salários" a estes cerca de 130 trabalhadores.
A deputada anunciou, por isso, que o Bloco de Esquerda vai chamar ao Parlamento "não só a CP e os sindicatos, mas também o ministro das Infraestruturas", João Galamba. "Nós não podemos achar normal que uma empresa pública como a CP tenha trabalhadores que estão sem salário", disse Catarina Martins aos jornalistas.
"São 130 famílias de corda ao pescoço, sem salário, ainda por cima com salários tão baixos. É uma situação do ponto de vista laboral e económico inaceitável e, do ponto de vista social, de uma enorme violência", denunciou, exigindo uma "solução rápida".
"A concessão existe para uma coisa, não nos enganemos: é para o Estado pagar mal", adiantou, defendendo que, desta forma, há um "desresponsabilizar das condições de trabalho".
Cerca de duas dezenas de trabalhadores da Apeadeiro 2020, a empresa que gere os bares dos comboios da CP, concentraram-se em frente à estação ferroviária de Campanhã para reivindicar o pagamento do salário de fevereiro e parte do de janeiro, que em alguns casos ainda está em falta, apesar da reunião da semana passada no ministério do Trabalho com as empresas e os sindicatos.
Os trabalhadores dos bares da CP estão em greve desde o dia 1 de março e mantêm vigílias há 13 dias.
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