"Parece-me que, finalmente, o Presidente da República teve tempo de olhar para o melão, provar o melão e aquilo que viu é que o melão por dentro era tão mau como parecia por fora", afirmou Carlos Guimarães Pinto, em declarações aos jornalistas, aludindo à metáfora usada por Marcelo Rebelo de Sousa para se referir ao pacote do Governo sobre habitação.
Na segunda-feira, em visita às instalações da CMTV, o Presidente da República considerou que o conjunto de medidas do Governo para a habitação "é inoperacional".
"Quer dizer, tal como está concebido, logo à partida, é inoperacional, quer no ponto de partida, quer no ponto de chegada", declarou.
O chefe de Estado equiparou o pacote do Governo às "chamadas leis cartazes", que "aparecem a proclamar determinados princípios programáticos mais panfletários, mas a ideia não é propriamente que passem à prática, não, é que fiquem leis cartazes".
"Ficamos satisfeitos que o Presidente da República tenha finalmente, após tantos anos, identificado uma lei cartaz depois de ter assinado tantas, esperamos que no futuro as continue a identificar", disse o deputado da IL.
Para Guimarães Pinto, tal como "tantos outros diplomas do Governo", o pacote da habitação é feito "para a propaganda, para o Governo criar discussão e fingir que está preocupado com o problema, esperando que a discussão e vire para outro lado".
O deputado reiterou a visão da IL que o grande problema neste setor é a falta de construção de novas habitações, acusando o Governo socialista de apenas se preocupar com o "curto prazo, a próxima sondagem" e lançar "medidas avulso que sabe que são impraticáveis".
"O governo sabe que, na altura em que precisar de as implementar, a atenção mediática estará noutro lado qualquer", lamentou.
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