O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, disse, esta segunda-feira, sobre a reunião entre a CEO da TAP e o grupo parlamentar do PS - reunião que foi admitida pela própria CEO durante a audição parlamentar à TAP -, que julga ter-se tratado de "um episódio que não se repetirá porque vamos aprendendo".
"Quanto às reuniões preparatórias de reuniões de comissões parlamentares, insisto a minha recomendação que se distinga bem o que é o carater politico e o carater técnico", completou, em declarações aos jornalistas em Tábua, Coimbra.
Na ótica de Santos Silva, "nas reuniões de carater político devem participar pessoas que estão investidas em funções políticas como os membros do Governo", defendendo que personalidades de perfil mais técnico, como é o caso da presidente cessante da TAP, "não devem participar em encontros de natureza mais política".
"Os grupos parlamentares que apoiam um Governo e esse Governo podem e devem ter reuniões periódicas, ao nível político adequado, mas essas reuniões não devem envolver outras personalidades que, pelo seu perfil mais técnico ou pelas responsabilidades que têm - seja à frente da administração direta do Estado, seja à frente da administração indireta ou à frente do setor empresarial do Estado", afirmou o presidente da Assembleia da República.
O papel do Parlamento foi "chamar a CEO da TAP a uma comissão parlamentar de Economia no passado mês de janeiro e agora à Comissão Parlamentar de Inquérito", esclareceu, acrescentando que "o Parlamento tem uma lisura absoluta" em relação a este assunto.
Questionado pelos jornalistas se, perante as situações em torno da TAP, as relações institucionais entre a Assembleia da República e o Presidente da República poderiam estar beliscadas, Santos Silva respondeu que "não podiam ser melhores".
Recorde-se que, na semana passada, a presidente executiva da TAP confirmou uma denúncia da IL sobre a reunião com o grupo parlamentar do PS, na véspera de ir ao parlamento, em janeiro, dar explicações sobre a indemnização à ex-administradora Alexandra Reis.
Questionada sobre de quem partiu a iniciativa de realizar a reunião, Christine Ourmières-Widener disse que, se bem se recorda, partiu do gabinete do Ministro das Infraestruturas, que na altura já era João Galamba.
A responsável da companhia aérea esclareceu também que não tinha conhecimento do 'email' enviado por Alexandra Reis ao ex-ministro Pedro Nuno Santos, a pôr o seu lugar à disposição, em dezembro de 2021, o que poderia não ter dado lugar a indemnização.
[Notícia atualizada às 17h36]
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