O partido divulgou hoje um requerimento (datado de terça-feira), dirigido à comissão parlamentar de Orçamento e Finanças, no qual pede a "audição urgente" dos ministros Fernando Medina e Mariana Vieira da Silva.
"Mesmo não havendo lugar a nomeação, é importante conhecer quais foram os fundamentos para a celebração de acordo de cedência de interesse público com a Dr.ª Laura Abreu Cravo, e não com outra pessoa com vínculo à administração pública que pudesse ser nomeada para aquelas funções, quem lhe atribuiu funções de coordenação e em que termos e porque não recorreu o Governo à nomeação em substituição, como sucede em várias outras situações", sustenta o Chega.
O partido refere também que, "mesmo que não fosse obrigatório proceder a publicação no Diário da República, por não carecer de nomeação, seria sempre necessário o prévio parecer favorável dos membros do Governo responsáveis pelas Finanças e Administração Pública".
Em causa está a notícia avançada pela TVI na segunda-feira de que Laura Abreu Cravo, mulher do atual ministro das Infraestruturas, João Galamba, coordena há um ano o Departamento de Serviços Financeiros no Ministério das Finanças, liderado por Fernando Medina, embora a nomeação nunca tenha sido publicada em Diário da República.
O assunto foi levantado na terça-feira por deputados do Chega e do PSD durante uma audição do ministro das Finanças no parlamento.
Medina indicou que Laura Cravo não foi nomeada em Diário da República porque está a exercer funções no Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais (GPEARI) do Ministério das Finanças ao abrigo da mobilidade pública, já que é quadro da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), não tendo sido nomeada pelo Governo.
Em resposta à TVI, o Ministério das Finanças tinha referido que Laura Abreu Cravo é funcionária de origem da CMVM e está no GPEARI ao abrigo de um Acordo de Cedência de Interesse Público.
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