O líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, comentou, esta segunda-feira, o aumento intercalar das pensões, anunciada por António Costa, comparando o primeiro-ministro a "um alpinista que teve 500 dias numa gruta".
"O senhor primeiro-ministro esteve ausente nas duas últimas semanas, principalmente desde que começou a comissão de inquérito à TAP e praticamente não tem estado presente no espaço mediático, houve um alpinista que teve 500 dias numa gruta em Espanha e o senhor primeiro-ministro é um bocadinho esta situação também. Escondeu-se durante estes dias todos e aparece agora, num número que é cada vez mais usual no Governo, que é fazer a gestão do país, já nem é por pacotes, é por medidas pontuais, portanto, vai gerindo a agenda mediática, vai apertando os sinais e quando está em dificuldade, saca de mais uma medida, vem apresentar mais uma medida e passa horas na televisão e vai tentando contrariar aquilo que é o desgaste óbvio da sua imagem e da incapacidade de apresentar medidas estruturais para o país", começa por dizer Rui Rocha, em declarações à RTP, no Porto.
O liberal considera que as medidas apresentadas em outubro passado representavam "um corte", algo que Costa "nunca quis reconhecer".
"Tanto que é assim que agora tem a necessidade de repor, de alguma maneira, aos pensionistas aquilo que seria o resultado da aplicação da fórmula de cálculo da atualização das pensões, mesmo assim, fazendo-o de forma parcelar", acrescenta.
Rui Rocha salienta que, nas medidas que vão sendo anunciadas, o Estado "retira em excesso aos portugueses, num momento de extrema dificuldade, tem uma arrecadação fiscal absolutamente extraordinária".
Por isso, o líder da IL refere que "o dinheiro é dos portugueses, não é do Estado nem é do Governo" e acusa o Executivo de retirar de "maneira extrativa dinheiro do bolso dos portugueses" para depois fazer "estes números".
"Isto não é resolver os problemas do país, é tirar dinheiro aos portugueses muito para lá do que seria aceitável num momento de crise. O país não pode andar aos tropeções. Há uma total incapacidade de ser um Governo organizado, estruturado, com uma estrutura económica e política adequada às necessidades do país", afirma ainda.
De recordar que os pensionistas vão ter aumento intercalar de 3,57% a partir de julho nas suas pensões, conforme foi esta segunda-feira anunciado pelo primeiro-ministro, António Costa, no final de um Conselho de Ministros extraordinário que aprovou novas medidas de apoio ao rendimento.
António Costa precisou que, somada ao aumento já concretizado em janeiro, esta nova medida vai fazer com que "ao longo deste segundo semestre os pensionistas já terão a sua pensão atualizada ao valor que resulta da lei de bases da Segurança Social".
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