Sócrates? "Tenho pena que não tenha compreendido separação"

O primeiro-ministro falou abertamente sobre a saída do seu antecessor do Partido Socialista, mas diz respeitar a sua decisão.

Notícia

© Global Imagens

Notícias ao Minuto
18/04/2023 23:29 ‧ 18/04/2023 por Notícias ao Minuto

Política

António Costa

A separação entre José Sócrates e o Partido Socialista (PS) continua a motivar sentimentos de ressentimento por parte do antigo primeiro-ministro e líder do PS, mas o atual secretário-geral diz ter "pena" da situação, apesar de a compreender.

Numa entrevista à CNN Portugal a propósito dos 50 anos do PS, que se comemoram na quarta-feira numa festa em Lisboa, António Costa lamentou a rutura envolvendo Sócrates e, acima de tudo, confessou ter "pena" sobre a falta de entendimento.

"Eu percebo que ele não compreenda que o PS e eu próprio tenhamos tido de fazer uma separação entre aquilo que era a solidariedade pessoal e o que era a questão política. E eu respeito essa decisão", disse Costa.

O primeiro-ministro - e secretário-geral do PS há nove anos -, acrescentou que a situação atual com José Sócrates (que saiu do partido após a acusação e detenção no âmbito da Operação Marquês) é uma história "horrível".

"É horrível nunca mais chegar a um apuramento final da verdade através de um julgamento a que toda a gente tem direito e que deve ser realizado. Seja qual seja a decisão, deve ser respeitada. Também tenho pena que ele não tenha compreendido a necessidade de haver uma separação clara entre o que era a atividade política e a questão pessoal dele. Mas isso há que respeitar", afirmou o primeiro-ministro.

Futura candidatura a Belém? "Nunca, nunca"

Costa respondeu candidamente a uma série de assuntos, nomeadamente sobre o caso envolvendo Paulo Pedroso, em 2003, e sobre o seu futuro político, especialmente no panorama europeu.

"Uma coisa que já disse é que obviamente até ao final desta legislatura não tenho disponibilidade para qualquer função europeia", repetiu, até porque "há uma outra razão fundamental, que é para cumprir comigo próprio".  "Os calendários políticos foram como foram e, portanto, eu assumi um compromisso com o país até outubro de 2026", vincou.

De fora fica mesmo uma candidatura a Belém, ao contrário do que fizeram alguns dos seus antecessores, como Mário Soares e Cavaco Silva. "Nunca, nunca", rematou.

O jantar de comemoração dos 50 anos do Partido Socialista está marcado para quarta-feira, no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa. Foram convidados os antigos líderes do partido, mas Sócrates não estará presente (por não ter sido convidado, já que desfiliou-se em 2008) e António José Seguro optou por não aceitar a proposta.

Leia Também: PS convida para os 50 anos ex-líderes filiados, mas Sócrates fica de fora

Partilhe a notícia


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas