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Eutanásia? PCP diz que veto do Presidente "confirma as dificuldades"

O PCP defendeu hoje que o veto do Presidente da República ao diploma sobre a morte medicamente assistida "confirma as dificuldades" que uma matéria "desta sensibilidade levanta", apesar de as suas preocupações não serem "exatamente as mesmas".

Eutanásia? PCP diz que veto do Presidente "confirma as dificuldades"
Notícias ao Minuto

20:32 - 19/04/23 por Lusa

Política Eutanásia

"No entender do PCP, a decisão tomada agora pelo Presidente da República, confirma aquelas que são as dificuldades, as dúvidas que uma matéria desta sensibilidade levanta. Para o PCP, a questão não se coloca num julgamento moral sobre a decisão de cada um sobre a sua própria morte, mas sim aquilo que é uma atitude que o Estado tem perante o fim de vida dos cidadãos", defendeu a deputada Alma Rivera no parlamento, em declarações aos jornalistas.

A deputada comunista salientou que "o valor da vida é muitas vezes relativizado em função de critérios económicos ou economicistas".

"É nesse contexto em que não existem uma rede de cuidados paliativos, em que a fase terminal e mais crítica da vida das pessoas é vivida, muitas vezes, desapoiada pelo Estado, que se discute a aprovação de um regime legal para a eutanásia", defendeu.

Questionada sobre se concorda com as dúvidas levantadas pelo PR no veto, Alma Rivera respondeu: "Não partilhamos exatamente as mesmas preocupações, mas, no fundo, sentimos que esta matéria, como alertámos desde o início, iria provocar estes inúmeros reveses que temos vindo a assistir".

A deputada comunista afirmou que a posição contra do partido não se altera, tal como "não se alteraram os problemas de fundo do Serviço Nacional de Saúde" e que se prende com os perigos "de o Estado proporcionar a morte, quando não proporciona condições de vida dignas a todos os cidadãos".

O PCP votou sempre contra os decretos sobre a morte medicamente assistida nas quatro vezes em que foram aprovados em votação final global.

A deputada socialista Isabel Moreira sugeriu hoje que o PS irá optar por confirmar o decreto sobre a morte medicamente assistida, obrigando o Presidente da República a promulgá-lo, em vez de o reformular como fez anteriormente.

O BE também já defendeu que "chegou o momento" de confirmar o diploma.

O Presidente da República vetou hoje o quarto diploma do parlamento que despenaliza a morte medicamente assistida, pedindo à Assembleia da República que clarifique dois pontos.

"Concretamente, solicito à Assembleia da República que pondere clarificar quem define a incapacidade física do doente para autoadministrar os fármacos letais, bem como quem deve assegurar a supervisão médica durante o ato de morte medicamente assistida", lê-se na carta que o chefe de Estado dirigiu ao parlamento.

Nos termos da Constituição, em caso de veto de um decreto, "se a Assembleia da República confirmar o voto por maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções, o Presidente da República deverá promulgar o diploma no prazo de oito dias a contar da sua receção".

Em 31 de março, o parlamento aprovou pela quarta um diploma sobre a morte medicamente assistida, tema que já tinha sido travado por duas vezes por inconstitucionalidades detetadas pelo TC e uma outra por um veto político do Presidente da República.

O decreto, com propostas de alteração de PS, IL, BE e PAN, estabelece que a morte medicamente assistida só poderá ocorrer através de eutanásia se o suicídio assistido for impossível por incapacidade física do doente.

Leia Também: Veto do diploma da Eutanásia? "Não é só um conflito institucional"

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