A sessão solene de boas-vindas ao Presidente do Brasil, Lula da Silva, é a última etapa da sua visita de Estado a Portugal, que começou no sábado, e decorre no dia do 49.º aniversário do 25 de Abril, antecedendo a tradicional sessão solene, marcada para hora e meia mais tarde.
Lula da Silva chegou de cravo na lapela à Assembleia da República, ligeiramente atrasado face à hora prevista, pelas 09:39, tendo como ruído de fundo as várias manifestações contra e a favor da sua presença.
Ouviu-se de seguida o hino do Brasil e o português, tocados pela banda da Guarda Nacional Republicana (GNR).
Antes, pelas 09:11, chegou o primeiro-ministro, António Costa, e, de seguida, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que fez um balanço "muito bom" da visita do chefe de Estado do Brasil a Portugal, considerando que permitiu "afinar divergências" e foi benéfica para os dois países.
Todos os ministros, incluindo o chefe do Governo, António Costa, compareceram já na primeira sessão com a flor que simboliza a Revolução de Abril na lapela, tal como o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, e o seu antecessor Eduardo Ferro Rodrigues, bem como muitos deputados do PS, PCP e BE.
Já o Grupo Parlamentar do PSD disponibilizou 'pins' em forma de laço com as cores da bandeira ucraniana - amarelo e azul -- aos deputados que a quisessem utilizar, parte deles acumulando com o cravo. O presidente do PSD, Luís Montenegro, não usou nem um nem outro.
Como habitualmente, o Presidente da República chegou sem cravo, mas já transporta um na mão, em vez de o usar na lapela.
Tal como tinha anunciado, a IL apenas se fez representar institucionalmente nesta sessão de boas-vindas por um deputado, o líder parlamentar, Rodrigo Saraiva. Nenhum deputado do Chega esteve presente na sala no arranque desta sessão solene, tendo entrado enquanto era executado o hino do Brasil.
A participação do chefe de Estado brasileiro numa sessão na Assembleia da República no dia da Revolução dos Cravos esteve envolta em polémica, e mereceu fortes críticas da Iniciativa Liberal e do Chega, partido que organizou uma manifestação de repúdio em frente ao parlamento e prometeu também protestos dentro do hemiciclo.
Antes de entrar na Sala das Sessões, pelas 10:00, Lula da Silva recebeu cumprimentos dos vários grupos parlamentares -- Chega e IL faltaram -- e dos deputados únicos do PAN e do Livre e assinou o livro de honra da Assembleia da República.
A mesa da Presidência da Assembleia da República e a tribuna dos oradores já estava, muito antes do arranque da primeira sessão pelas 10:00, decorada com cravos.
Antes da segunda sessão, será colocado um cravo em cima de cada bancada dos 230 deputados, acompanhados do cerimonial.
Na tribuna mais nobre, não esteve nenhum dos antigos Presidentes da República, Ramalho Eanes e Cavaco Silva, nem antigos primeiros-ministros e apenas compareceram os antigos presidentes da Assembleia Ferro Rodrigues e Mota Amaral, bem como o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.
Depois da sessão de boas-vindas, que contará com intervenções de Lula da Silva e do presidente da Assembleia da República, na varanda do Palácio de São Bento, a bandeira do Brasil será substituída pelo pavilhão presidencial.
Esta sessão já não contará com a presença de Lula da Silva que, após a cerimónia de boas-vindas, segue para Madrid, com uma agenda que inclui reuniões com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, Filipe VI de Espanha e ainda um fórum empresarial.
Leia Também: Parlamento comemora Revolução dos Cravos após receber Lula da Silva