O líder da Iniciativa Liberal voltou a apontar canhões na direção do presidente da Assembleia da República, ainda sobre o polémico vídeo em que Augusto Santos Silva diz que "aquilo que a Iniciativa Liberal decidiu fazer [na sessão com Lula da Silva] não é nada" porque "há sempre quem faça pior".
Rui Rocha começou por dizer que o partido não admite "qualquer tipo de imputação de imaturidade", até porque "não há nada mais imaturo do que ter estado envolvido já num episódio desta natureza quando chamou ‘feira de gado’ à Concertação Social". Uma referência a um incidente de 2016, em que Santos Silva foi 'apanhado' a fazer esta comparação.
"Não há nada mais imaturo que exercer as funções sem respeito pelo Parlamento, pelos partidos que o integram e os votantes nesses partidos. É uma falta de respeito aso portugueses", argumentou o líder liberal, esclarecendo que, quando o partido fala de "retratação pública", não é perante a IL, mas sim perante os eleitores. "Aquilo que aconteceu é inadmissível e não é aceitável que se escude atrás de uma nota de imprensa", continuou.
Em jeito de conclusão, Rui Rocha garantiu que "a IL não pactua com atos que são condenáveis, praticados nesta Assembleia por partidos populistas", descolando-se da manifestação do Chega durante o discurso de Lula da Silva no Parlamento, a 25 de Abril.
Isso sim, os liberais dizem também não compactuar "com o aproveitamento que a bancada socialista, o Governo e o Presidente da República fazem para fins meramente eleitoralistas".
"Não aceitamos que quem age como incendiário se possa apresentar depois aos portugueses como bombeiro", concluiu o líder liberal.
Recorde-se que o jornal Observador publicou um vídeo onde Augusto Santos Silva conversa, junto de Lula da Silva e Marcelo Rebelo de Sousa, após ter 'ralhado' com o Chega, que protestou o discurso do presidente brasileiro no Parlamento.
Santos Silva diz, no vídeo, que "aquilo que a Iniciativa Liberal decidiu fazer [na sessão com Lula da Silva] não é nada" porque "há sempre quem faça pior". Referia-se o presidente do Parlamento ao protesto dos liberais, que foram representados no hemiciclo unicamente pelo seu líder parlamentar, Rodrigo Saraiva.
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