O líder parlamentar do Partido Socialista, Eurico Brilhantes Dias, comentou, esta quarta-feira, o anúncio da saída do presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à TAP, notícia avançada pela SIC Notícias.
Interrogado por várias vezes sobre se Jorge Seguro Sanches vai demitir-se do lugar de presidente da comissão de inquérito sobre a gestão da TAP, o líder do Grupo Parlamentar do PS respondeu que a questão da continuidade faz parte da "relação entre" Jorge Seguro Sanches e o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva.
Brilhantes Dias considerou como "um momento particularmente grave" a altura em que, ontem, Seguro Sanches foi questionado na CPI sobre o tamanho das grelhas das audições, nomeadamente, pelo deputado do Partido Social Democrata Paulo Moniz. O responsável abandonou a reunião em que foi questionado e abriu a porta à sua saída logo na terça-feira.
"A acusação de falta de seriedade que lhe foi imputada pelo deputado é uma avaliação que foi avaliada pelo próprio como muito grave", sublinhou, dizendo que mantém a confiança em Jorge Seguro Sanches.
"Não foi por acaso que indicámos o deputado. Mas foi atacado na sua honra", atirou.
"O que tivemos ontem foi um ataque ao caráter da presidente da CPI. Se as pessoas acham normal que um cidadão, neste caso, um deputado, seja acusado de falta de seriedade essa validação é de cada um dos deputados. Fica muito mal ao PPD/PSD desvalorizar esse facto", acusou.
Brilhantes Dias falou ainda durante a sua intervenção sobre outros acontecimentos que têm vindo a decorrer no âmbito parlamentar, nomeadamente, com o Chega.
"A Assembleia da República tem vivido momentos a que não estava habituada. Tivemos uma presidente da sessão, a vice-presidente Edite Estrela, insultada várias vezes, depois de um deputado da extrema-direita não cumprir aquilo que era uma interpelação direta para se sentar e também, nesse caso, parar de falar", começou por dizer, em declarações aos jornalistas.
O responsável do PS recordou também a manifestação do Chega perante o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, considerando que este responsável - e também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa - foi "brindando com um comportamento antidemocrático, mas acima de tudo extremamente mal educado".
"Temos neste hemiciclo comportamentos de autêntico bullying sobre alguns dos deputados - em particular, deputados únicos, Livre e PAN -, temos neste edifício caras do presidente da AR com uma cruz em cima. Temos tido, nas comissões, comportamentos que não permitem o adequado funcionamento do trabalho parlamentar. Este comportamento sistemático da extrema-direita parlamentar deve ser parado para não haver degradação das instituições", notou.
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