"O Governo fez uma escolha, mostrou com esta decisão que é a banca que manda no país. Temos uma banca que lucra dez milhões de euros por dia porque está a cobrar juros às pessoas que pagam crédito à habitação e a solução do Governo foi proteger os lucros da banca e deixar as pessoas a amargurar e com dificuldades", criticou.
À margem de uma manifestação em defesa do Serviço Nacional de Saúde, em Lisboa, Mariana Mortágua sublinhou que "os bancos não pagam juros pelos seus depósitos" e defendeu que o Governo deveria "obrigar os bancos a pagar".
Mas, criticou, o Governo "obedece ao presidente do conselho de administração do banco dos CTT [João Moreira Rato] e suspende os certificados de aforro que era a única forma que as pessoas tinham de poder ter uma pequena poupança".
"Nós queremos que os bancos sejam obrigados a renegociar os juros. E que esse custo saia dos seus luros", disse, propondo ainda que os bancos sejam "obrigados a aumentar os juros dos depósitos se querem ter as poupanças" dos cidadãos.
O Governo anunciou na sexta-feira o fim da comercialização da série E dos Certificados de Aforro e a criação da nova série F, com uma taxa de juro base inferior.
No final de abril, o volume investido em CA atingiu os 30.324 milhões de euros, um valor máximo, que compara com os 19.626 milhões registado no final do ano passado. Só em maio, os aforradores particulares aplicaram 1.818 milhões de euros em certificados de aforro.
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