“Primeiro-ministro decidiu entrar num conflito institucional” com Marcelo
Quem o diz é Hugo Soares, vice-presidente do PSD, na sequência do Caso Galamba.
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Política PSD
Hugo Soares, vice-presidente do PSD, considerou esta terça-feira, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, que o "primeiro-ministro [António Costa] decidiu entrar num conflito institucional com o Presidente da República”.
Isto "para, pelos vistos, manter no Governo um ministro que mentiu despudoradamente, quer ao país, quer aos deputados numa Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)", argumentou.
As declarações foram proferidas pelo social-democrata antes de o social-democrata recomendar ao chefe do Governo a exoneração, "até final do dia", do ministro das Infraestruturas, João Galamba, por considerar que o mesmo faltou à verdade ao Parlamento e ao país, na sequência da audição de António Mendonça Mendes, secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro.
"Tivemos um secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro que disse que o ministro João Galamba é mentiroso e mentiu ao país e à comissão parlamentar de inquérito. O que o PSD diz hoje é que o primeiro-ministro deve, até final do dia, exonerar o ministro João Galamba, caso contrário é também ele um primeiro-ministro de brincadeira", referiu Hugo Soares.
O vice-presidente do PSD acusou ainda António Costa de ser "cúmplice desta mentira desde o primeiro dia", classificando a situação como se tratando de um "lodo e lamaçal".
De lembrar que António Mendonça Mendes confirmou hoje, na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, ter falado com o ministro João Galamba na noite de 26 de abril. Porém, rejeitou qualquer relação de causalidade entre tal chamada e a comunicação, aos serviços de informação, o episódio do computador que foi alegadamente roubado do Ministério das Infraestruturas.
Isto após o ministro das Infraestruturas ter dito, já há semanas, que teria falado com António Mendonça Mendes nessa noite, argumentando que foi o próprio secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro que recomendou que fosse feito o alerta para o SIS. Uma alegação que, até agora, não obteve qualquer confirmação por parte de outros membros do Governo.
Os polémicos acontecimentos de 26 de abril, recorde-se, deram-se na sequência da exoneração do então adjunto do ministro João Galamba, Frederico Pinheiro, por "comportamentos incompatíveis com os deveres e responsabilidades".
Isto após o funcionário acusar o governante de "querer mentir" à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão da TAP sobre a existência de notas de uma reunião entre membros do Governo, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista (GPPS) e a ex-CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, prévia à audição da mesma no Parlamento. O ministro negou, no entanto, as acusações.
O Governo acusa ainda Frederico Pinheiro de, nessa noite de 26 de abril, ter furtado um computador portátil do Estado, recorrendo a violência física. A polémica aumentou quando foi noticiada a intervenção do SIS (Serviço de Informações de Segurança) na recuperação desse computador - tendo 'estalado' uma discussão pública sobre quais os membros do Executivo socialista que estavam a par desse facto.
[Notícia atualizada às 18h30]
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