O líder do Chega, André Ventura, garante que é o líder político mais ameaçado de Portugal e espera que as autoridades tenham "a mesma ação" com os que o ameaçam que tiveram com dois membros do partido, alvo de buscas, na sequência de uma investigação por crimes de coação, ameaças e atentado à liberdade de imprensa.
"Não há um líder político em Portugal mais ameaçado do que eu, não há, o que eu espero das autoridades é a mesma ação para aqueles que diariamente ameaçam a minha vida e a vida daqueles que trabalham no Chega", realçou, esta quarta-feira, à margem de uma visita à Feira da Agricultura, em Santarém.
Para André Ventura, a ser "aberta a via" de realização de buscas domiciliárias por causa de um crime de ameaça à liberdade de imprensa, espera que "agora se faça o mesmo a todos aqueles que nos últimos anos" o têm ameaçado e a outros membros do partido.
"É todos os dias nas redes sociais. Pessoas que colocam armas e falam do meu nome e dizem que eu estava bem era no cemitério", afirmou.
Questionado sobre se admite afastar os membros do partido envolvidos no caso, o líder do Chega afirmou que, para si, "as ameaças são intoleráveis", mas terá primeiro de "conhecer em detalhe as questões do processo" para tirar daí consequências.
Sobre o processo em causa, em que dois membros do partido que lidera terão ameaçado Pedro Coelho, jornalista da SIC, a propósito de uma reportagem sobre o Chega, André Ventura garantiu que nada mais sabe além do que já saiu na comunicação social.
"Nós não sabemos mais nada sobre isso, o que sabemos é que houve uma queixa de uma associação internacional em que acusava membros do Chega de fazer ameaças ao jornalista que tinha feito uma reportagem sobre o Chega em janeiro de 2021, ontem, tanto quanto sei houve uma tentativa das autoridades de confirmar essas ameaças e a sua autoria", disse, acrescentando que "hoje haverá um primeiro relatório judicial no Campus da Justiça", reiterando que vai aguardar para saber mais dados sobre o assunto antes de tomar qualquer decisão.
Recorde-se que, de acordo com o Expresso, além das buscas a Luc Mombito, conselheiro pessoal e 'braço direito' de André Ventura, e a Nuno Pontes, vice-presidente da Distrital do Porto do Chega, ambos interrogados e constituídos arguidos por coação, ameaças e atentado à liberdade de imprensa.
Nuno Pontes acabou mesmo por ser detido em flagrante delito por posse ilegal de arma e munições.
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