O ex-ministro das Finanças Teixeira dos Santos considerou, na quinta-feira, ser "muito difícil" tirar-se consequências politicas da Comissão de Inquérito à companhia aérea TAP "porque cada depoente teve a sua história, a sua narrativa, que manteve um ambiente de declarações que foram contraditórias".
"Isto foi quase como uma telenovela que parecia que a cada episódio tínhamos um acontecimento que mantinha a nossa curiosidade relativamente ao episódio seguinte mas acho que relativamente à TAP isto foi muito pouco esclarecedor", sublinhou Teixeira dos Santos, em declarações na CNN Portugal.
Na ótica do ex-ministro, "falou-se pouco da TAP por culpa de todos os intervenientes desde o governo aos deputados, aos vários depoentes". "Deixaram-se levar pela espuma daquilo que era mediático e acho que perderam de vista aquilo que era essencial, no meu entender, que era discutir a TAP", acrescentou.
Teixeira dos Santos afirmou que "foi desvalorizado o plano de reestruturação da TAP". "Estamos perante um ativo com muito valor, relativamente ao qual nos temos de nos focar no seu reequilíbrio financeiro, operacional, competitividade, importância que tem no transporte aéreo para Portugal e fiquei muito desapontado com a comissão de inquérito porque não quis saber da TAP", reforçou.
"Preocupou-se com episódios políticos, com intriga política, que nos desviaram dos problemas fundamentais da TAP", rematou.
Sublinhe-se que o inquérito à TAP prossegue esta sexta-feira, com a audição de Fernando Medina, que vai explicar a nomeação de Alexandra Reis para o Governo, meses após sair da companhia com uma indemnização de 500.000 euros, e a exoneração dos ex-presidentes da transportadora.
Ontem, quinta-feira, foi ouvido Pedro Nuno Santos.
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