"Os incêndios de Pedrogão Grande de junho de 2017 marcaram profundamente toda a região e o país. Milhares de hectares de floresta ardidos, mais de 500 habitações destruídas, dezenas de feridos e 66 mortos constituem o negro rescaldo que, seis anos passados, continua a não encontrar a resposta necessária."
Assim começa a organização regional de Leiria do Partido Comunista Português (PCP) a missiva em que diz que "seis anos depois dos grandes incêndios de Pedrogão Grande continuam por resolver os problemas que lhe estiveram na origem".
No documento, os comunistas começam por esclarecer que estes incêndios "não resultaram de uma casualidade", mas sim de "causas estruturais, há muito identificadas, que poderiam ter sido evitadas". Mais, defendem que o PCP "sempre alertou para os riscos e consequências de uma política que acentua desigualdades na sociedade e no território e interveio, ao longo destes seis anos, com múltiplas iniciativas para responder aos problemas de fundo".
Por isso, o 'braço' de Leiria do partido pede "avançar no cadastro florestal; assegurar o preço justo da madeira e promover o ordenamento florestal; concluir a rede primária de faixas de gestão de combustível", bem como "constituir o Comando Nacional de Bombeiros" e "a concretização de um plano de recuperação económica e demográfica para todo o Pinhal Interior Norte com os meios e o investimento público adequado, que contribua para a fixação das atividades produtivas e das populações".
"O PCP sempre recusou a instrumentalização da tragédia de Pedrogão Grande e das suas vítimas. Para o PCP a preservação da memória é indissociável da coerência política entre as afirmações, mais ou menos condoídas, e a prática", acusa o partido ainda na missiva, onde ataca "as políticas do Governo e as votações sucessivas de PS, PSD, IL e Chega contra as propostas do PCP sobre o investimento nos Bombeiros e Proteção Civil, o ordenamento da floresta e reforço da verba para o ICNF, o apoio à agricultura familiar ou o investimento nos serviços públicos", que, diz, demonstram uma "incoerência a todos os níveis criticável".
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