Sérgio Sousa Pinto criticou a polémica gerada em torno da visita do primeiro-ministro, António Costa, à Hungria, onde assistiu à final da Liga Europa, no passado dia 31 de maio, ao lado do seu homólogo húngaro, Viktor Orbán. Para o deputado socialista, o chefe do Governo português "não tem de dar satisfações ao país" sobre a sua agenda.
"Acho que o primeiro-ministro de Portugal tem todo o direito de se encontrar com qualquer primeiro-ministro e usar os recursos do Estado para ter essas conversas", começou por dizer Sousa Pinto, em declarações na CNN Portugal, na sexta-feira à noite, acrescentando: "O primeiro-ministro não tem de dar satisfações ao país e explicar a agenda dos seus temas para o país avaliar se o jet fuel foi bem empregue ou se foi um desperdício de dinheiro em gasolina. Acho isso deprimente", sublinhou, lamentando o comportamento de "alguns partidos".
Contudo, o socialista admite que o encontro entre Costa e Órban pode gerar especulação e que o "causador" da mesma é o primeiro-ministro português.
"Não se percebe porque é que não pôs na agenda este encontro, podia perfeitamente ter posto, não precisa de se andar a esconder", defendeu, lamentando algumas explicações que foram dadas, nomeadamente em torno do jogo de futebol.
"Prefiro manter isto num nível em que deve ser posto, que é uma relação entre dois primeiros-ministros, o que que me parece uma coisa inteiramente normal", considerou.
Interrogado sobre se António Costa está a preparar o seu caminho para um cargo na Europa, o socialista notou que "o primeiro-ministro tem um compromisso com o país" e recusou especular.
"Com o mandato quase todo pela frente e o o país a viver uma situação complexa como esta, há qualquer coisa de deprimente em estarmos a especular sobre a possibilidade de o primeiro-ministro fazer aquilo que faz a generalidade da emigração portuguesa, que é ir à busca de um porto de abrigo", apontou.
Ainda assim, o parlamentar admitiu que Costa "faria mal" em sair e lembrou Durão Barroso "que saiu e o pais não compreendeu".
Recorde-se que em causa está o facto de António Costa ter feito uma escala em Budapeste, em 31 de maio, quando seguia a caminho da Moldova para a cimeira da Comunidade Política Europeia, sem que o evento tivesse sido colocado em agenda. De acordo com o jornal Observador, o chefe do governo português viajou num Falcon 50 da Força Aérea Portuguesa e assistiu ao jogo na Puskás Arena, ao lado do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.
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