Bombas de fragmentação? "São armas proibidas e nem numa guerra vale tudo"

O Bloco de Esquerda (BE) repudiou, hoje, o envio de bombas de fragmentação para Ucrânia, considerando que o governo português teve uma "posição sensata" em não apoiar o fornecimento dessas munições por parte do Estados Unidos da América.

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Lusa
09/07/2023 13:49 ‧ 09/07/2023 por Lusa

Política

Bloco de Esquerda

"Neste caso há uma confluência de opinião com o governo. É uma posição sensata [não apoiar o envio destas bombas]. São armas proibidas pelo direito internacional, e nem numa guerra vale tudo", disse Mariana Mortágua, coordenadora do partido, à margem de uma visita à feira da Estela, na Póvoa de Varzim, distrito do Porto.

A dirigente lembrou que este tipo de munições "não são armas defensivas, mas sim ofensivas e das piores que existem", considerando que "devem desaparecer do mapa em vez de ser enviadas para a Ucrânia".

"Portugal só pode repudiar o envio deste tipo de munições e armamento para a Ucrânia. São proibidas, pelas convenções internacionais, por alguma razão. Matam e deixam consequências a longo prazo, que podem ser fatais para as próximas gerações", analisou Mariana Mortágua.

A líder do BE apontou que neste momento "é preciso falar de paz e não de escalada de guerra e armamento letal", instando a ONU a "promover uma conferência para conseguir posições de paz que respeitem a integridade territorial da Ucrânia".

Ainda no âmbito das questões de Defesa, mas a nível nacional, Mariana Mortágua voltou a abordar a demissão do ex-secretário de Estado da Defesa, Marco Capitão Ferreira, após suspeitas de participação em crimes económicos, criticando o silêncio do primeiro-ministro António Costa sobre o tema.

"Quando temos um secretário de Estado que se demite após acusações tão graves é óbvio que não é um pormenor. Quantos contratos fantasma existem no ministério da Defesa? Será que são práticas reiteradas e banais?", questionou a coordenadora do BE.

Mariana Mortágua pede maior reflexão "na escolha de governantes e da ética que deve reger a sua atuação", mas também sobre "a forma como o Ministério da Defesa e governo gerem a coisa pública".

"Até que ponto estas práticas continuam invisíveis porque são consideradas normais? Não podemos aceitar, é dinheiro público e um ministério importante. É necessário que o governo se pronuncie", instou a líder do BE.

JPYG // JMR

Lusa/fim

 

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