O antigo presidente do PSD, Rui Rio, disse aguardar "para breve as conclusões das investigações às vendas que o Novo Banco fez com prejuízos bem superiores aos da Altice, pagos por todos nós".
A observação foi feita numa publicação na rede social Twitter, na "sequência da exposição" que referiu ter feito "há mais de 2 anos à PGR [Procuradoria-Geral da República]".
E acrescentou, sobre o tema: "Como as intervenções na AR [Assembleia da República] pareciam não chegar, enviei carta não anónima".
Na sequência da exposição que fiz há mais de 2 anos à PGR, aguardo para breve as conclusões das investigações às vendas que o Novo Banco fez com prejuízos bem superiores aos da Altice, pagos por todos nós.
— Rui Rio (@RuiRioPT) July 25, 2023
Como as intervenções na AR pareciam não chegar, enviei carta não anónima. https://t.co/9tLTxEnrJo
O comentário de Rui Rio surge na sequência da 'Operação Picoas', desencadeada em 13 de julho e que levou já a três detenções, entre as quais a do cofundador da Altice, Armando Pereira. A mesma conduziu a cerca de 90 buscas domiciliárias e não domiciliárias, incluindo a sede da Altice Portugal, em Lisboa, e a instalações de empresas e escritórios em vários pontos do país, segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do Ministério Público. Hernâni Vaz Antunes foi o quarto arguido a ser detido, mas tal ocorreu no dia 15, após entregar-se às autoridades.
Esta foi uma ação conjunta do MP e da Autoridade Tributária (AT).
Em causa, alegadamente, está uma "viciação do processo decisório do grupo Altice em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência", que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva.
As autoridades consideram que, a nível fiscal, o Estado terá sido defraudado numa verba "superior a 100 milhões de euros".
Em 2 de junho de 2015, a Altice concluiu a compra da PT Portugal.
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