Cecília Meireles, antiga deputada do CDS-PP, criticou, esta segunda-feira, a discussão antecipada sobre as eleições presidenciais de 2026, notando que ainda há "duas eleições pelo caminho" e defendendo que o país tem de "se preocupar, para já, com decisões reais".
Durante o programa 'Linhas Vermelhas', da SIC Notícias, foram comentadas as mais recentes declarações do antigo presidente do PSD, Luís Marques Mendes, que admitiu uma candidatura presidencial, mas também o facto de Paulo Portas ser outro dos nomes apontados a Belém. Interrogada sobre se gostaria de ver o PSD a apoiar uma candidatura presencial do antigo presidente do CDS-PP, Cecília Meireles foi clara.
"Eu acho que Marques Mendes disse uma coisa em que tem muita razão, eu cito a frase: 'falta uma eternidade'. E de facto falta. Isto são eleições que terão lugar lá para 2026 e o mandato vai mais ou menos a meio. Eu não percebi muito bem porque é que nós, de repente, desatamos a discutir presidenciais quando ainda temos duas eleições pelo caminho", começou por dizer.
"O que eu gostaria ou não gostaria nessa matéria, acho que que é evidente e é bastante óbvio, mas eu, francamente, acho que o país tem de se preocupar - antes de se preocupar com escolhas do futuro e imaginárias -, para já, com decisões reais, que tem de tomar agora", apontou, dando como exemplo as colocações no ensino superior e o desafio de arranjar um quarto.
Na opinião da antiga deputada, "se o Centro-Direita se quer construir como alternativa", tem de "provar que tem melhores políticas", nomeadamente "política de habitação, política fiscal", antes de "estar a discutir tática política", quando ainda há autárquicas e europeias antes das presidenciais.
"Enquanto o Centro-Direita não tiver políticas sólidas para isto, acho que andar a discutir eleições e apoios é andar a fazer um frete ao PS e, para isso, já tem bem mais à direita o Chega, que já faz todos os fretes ao PS, não é preciso nós juntarmo-nos a essa festa", rematou.
"A Direita está a disputar quase tudo para não falar de política e não apresentar alternativa porque não tem"
Catarina Martins, ex-coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), que também participou no programa, mostrou-se de acordo com Cecília Meireles, notando que ainda falta muito tempo até às eleições presidenciais.
"Vamos ter eleições regionais, vamos ter eleições europeias, vamos ter eleições autárquicas, falta realmente uma eternidade até às presidenciais", disse.
Na ótica da antiga líder bloquista, "a Direita está a disputar quase tudo para não falar de política e não apresentar alternativa porque não tem".
"No calendário normal há muitas eleições antes, há uma disputa à Direita. Acho que sim, que a Direita está a disputar quase tudo para não falar de política e não apresentar alternativa porque não tem. Porque, na verdade, o Partido Socialista, se calhar, tem propostas muito parecidas com aquela que a Direita também teria para apresentar antes da maioria absoluta e, portanto, enfim, há um problema de debate político", defendeu.
"A Direita não sabe o que há de dizer e está nesta corrida", atirou.
Sobre Marques Mendes, a bloquista notou que este "tinha dito que nunca falaria antes de 2024" e "entretanto a coisa acelerou". "Na verdade, ainda pode acontecer tanta coisa até lá", rematou.
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