Na primeira ronda de oito perguntas ao primeiro-ministro - a que António Costa optou por responder em conjunto no final -, André Ventura centrou a sua intervenção no PSD, lamentando que os sociais-democratas se vão abster na moção de censura que propôs.
"Eu ouvi bem, um pacto com o PS para descer os impostos, com este Governo aqui? Com este primeiro-ministro não há pactos, é uma coça até eles saírem dali. Digo coça de forma não ofensiva, coça política", afirmou o líder do Chega, depois de o PSD ter reiterado o repto ao Governo para um entendimento na descida do IRS dos jovens para as próximas décadas.
As eleições regionais da Madeira do próximo domingo entraram também no debate da moção de censura, com Ventura a alertar que estes eleitores poderão não estar "muito de acordo" com a posição do PSD.
Pela IL, o ex-líder João Cotrim Figueiredo considerou a moção do Chega como "um bocado infantil".
"Pretende mais uns minutinhos de televisão e marcar mais uns pontos na suposta liderança da oposição. Com este debate de hoje, já não haverá debate quinzenal para a semana, com jeitinho o primeiro-ministro invoca falta de agenda e só volta cá em dezembro", criticou.
O ex-líder da IL também não esqueceu a campanha eleitoral da Madeira, acusando o cabeça de lista do Chega na Região de ter dito "estar disponível para entendimentos" com o PS, com a bancada do Chega a responder de imediato: "O vosso, o vosso".
Com o líder da IL, Rui Rocha, na segunda fila, Cotrim Figueiredo justificou o voto a favor da moção de censura do Chega para evitar "uma das duas birras favoritas" de André Ventura.
"Ou de fanfarronice, 'eu é que sou o líder da oposição', ou a birra do Calimero, 'ninguém vota as nossas propostas'", ironizou.
João Cotrim Figueiredo lembrou ainda que, em janeiro, a IL apresentou uma moção de censura ao Governo por entender que este é incompetente.
"Continua a ser verdade, por isso cá estamos em coerência a votar em conformidade. Queremos um Governo novo e queremos o Chega longe desse Governo", afirmou.
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