"Dentro de um ano, se nós formos governo ou solução de governo, o 'ferry' vai atracar, vai entrar no Funchal com uma viagem semanal para levar madeirenses, para libertar as amarras dos monopólios desta ilha, para libertar a escravatura de estarmos a servir três ou quatro senhores e esses senhores se servirem do orçamento regional", declarou o candidato, no Funchal.
Élvio Sousa, que falava no decorrer de numa ação da campanha para as eleições regionais na Madeira, que se realizam no domingo, argumentou que a ligação marítima será uma realidade se o JPP integrar "a fase histórica para acabar definitivamente com a maioria de dois partidos que estão a governar" a Madeira.
"Não esqueçamos que o 'ferry' é uma necessidade para um arquipélago, é uma necessidade para trazer concorrência ao transporte marítimo de mercadorias", sublinhou o também deputado madeirense.
Segundo o candidato, "o 'ferry' não existe porque alguém está preocupado que ele possa existir", declarando que este meio de transporte é "importante para trazer negócio e para levar e trazer mercadorias, para diversificar a economia, para trazer preços mais baixos".
"E, mais importante, para criar uma solução alternativa ao transporte aéreo", complementou, apontando que o partido já tem "assegurada esta ligação 'ferry' dentro de um ano, se for governo".
Élvio Sousa sustentou estar "na altura de os madeirenses verificarem e confiarem num voto útil e naquele voto que não é desperdiçado".
"Atenção madeirenses: não confiais naquelas vedetas que vêm do continente para cá, que não são candidatos. Só vêm aqui por puro oportunismo", alertou o candidato do JPP.
E complementou: "Que melhor que um partido nascido na Madeira para defender aquilo que os madeirenses precisam".
A Madeira teve uma ligação marítima entre a região e o continente entre 2008 e 2012, assegurada por um operador espanhol, a Naviera Armas, que acabou por abandonar a linha alegando os elevados custos e devido aos entraves colocados para a utilização do porto do Funchal, que é uma infraestrutura que não pode ser utilizada para mercadorias.
O Governo Regional ainda abriu concursos públicos para a concessão desta ligação, que foram inconclusivos, defendendo que esta ligação marítima, para assegurar a coesão territorial, teria de passar pelo apoio do Governo da República.
A ligação marítima em 'ferry' foi uma das promessas que o presidente do Governo Regional (PSD), Miguel Albuquerque, não concretizou.
Às legislativas da Madeira concorrem 13 candidaturas, que vão disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.
PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.
Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.
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