A bloquista Catarina Martins comentou, esta segunda-feira, o acordo entre a coligação PSD/CDS-PP e o PAN para formar um governo de maioria na Região Autónoma da Madeira, considerando que tal reflete a "natureza do partido".
Após lembrar, no programa 'Linhas Vermelhas', da SIC Notícias, que o líder da coligação, Miguel Albuquerque, afirmou que se demitia caso não conseguisse obter maioria absoluta e, após não o conseguir, ter dito que, afinal, se demitia se não conseguisse uma solução maioritária, a ex-líder do Bloco de Esquerda (BE) foi questionada se o PAN seria a "chave" para formar governo.
"O PAN ofereceu-se para isso desde o primeiro momento. É a forma de estar do PAN", respondeu.
Catarina Martins recordou as eleições legislativas regionais dos Açores, em 2020. "O PAN fez o mesmo nos Açores. Há um acordo que tem uma parte que dependia do Chega - e o Chega teve aquelas fricções normais - e a certa altura o governo dos Açores precisava de mais um deputado e quem foi que deu esse conforto nos Açores? Foi também o PAN que deu conforto ao governo de direita", afirmou.
"Digamos que esta é a natureza do PAN", acrescentou.
Em causa está uma tentativa de acordo à direita nos Açores após as eleições de 2020, da qual o PS saiu vitorioso, mas sem maioria absoluta. A região é atualmente governada pela coligação PSD/CDS-PP/PPM.
Sublinhe-se que, na noite desta segunda-feira, a SIC Notícias avançou que a coligação PSD/CDS-PP chegou a acordo com o partido PAN para formar um governo de maioria na Região Autónoma da Madeira.
Segundo avançou a estação, trata-se de um acordo de incidência parlamentar. Assim, a deputada eleita pelo PAN, Mónica Freitas, não terá lugar no executivo regional.
A solução deverá ser apresentada amanhã, terça-feira, pelo cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP, Miguel Albuquerque.
A coligação formada por PSD e CDS-PP venceu, no domingo, as eleições legislativas regionais da Madeira, com 43,13% dos votos, mas sem conseguir obter maioria absoluta, elegendo 23 dos 47 deputados.
De acordo com resultados oficiais provisórios da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o PS elegeu 11 deputados, o JPP cinco e o Chega quatro, enquanto a CDU (PCP/PEV), o BE, o PAN e a IL elegeram um deputado cada.
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