O presidente da Câmara Municipal de Lisboa escusou-se esta terça-feira a grandes reflexões sobre o polémico acordo na Madeira, começando por dar os parabéns a Miguel Albuquerque.
"Não me choca absolutamente que seja o PAN, porque o PSD tem, na sua essência, tudo aquilo que é a sustentabilidade, a luta contra as mudanças climáticas... Antes de todos os países em Portugal, já o PSD estava nessa luta com Carlos Pimenta e tantos outros", afirmou em entrevista à CNN Portugal.
Contudo, reconheceu, "esta solução no continente podia ser diferente mas essa é responsabilidade do líder do partido", acrescentando ser "difícil" fazer paralelos entre região autónoma e continente.
Carlos Moedas louvou ainda as palavras de Luís Montenegro, líder do PSD, que "deixou clara a posição do partido em relação ao Chega - e isso é uma clarificação importante para os eleitores".
"O ponto com o Chega não tem que ver com os eleitores do Chega. Muitas pessoas que votam no Chega fazem-nos porque estão desesperadas, porque já não acreditam nos políticos. Esses eleitores são muito importantes para o centro-direita em Portugal. Clarificando essa relação com o Chega, há um leque de abertura numa política que é cada vez mais fragmentada na Europa", disse, acrescentando que, hoje em dia, para se ser primeiro-ministro, ganhar as eleições não chega.
"É preciso faz alianças para conseguir governar", acrescentou.
Para o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Miguel Albuquerque mostrou ser capaz de o fazer, e Montenegro também será, "com outras alianças, eventualmente com outros partidos".
E em Lisboa?
Falando do seu caso específico, em Lisboa, disse não precisar do Chega para governar. "Mas tenho um respeito enorme por todos aqueles que votam no Chega por desespero de não encontrarem políticos à altura e esses são bem-vindos", atirou.
No dia em que assinalou dois anos de mandato em Lisboa, Carlos Moedas fez um balanço positivo e disse ainda que este ano vai "propor baixar mais 1% dos impostos do lisboetas no IRS".
Sobre a habitação, lamentou que tantos ainda estejam sem casa ou sem condições, mas frisou estar a trabalhar diariamente no tema, nomeadamente ao assinar "560 milhões de euros para a habitação em Lisboa", algo "nunca feito".
"Durante 10 anos construíram-se 17 casas por ano em Lisboa. Eu já entreguei mais de 1.300. Fiz o maior investimento, que não tem comparação com nenhum outro presidente de Câmara", acrescentou, dizendo ainda que fica com "um nó no estômago" de cada vez que deixa alguém sem casa.
Questionado ainda sobre se, um regresso de Pedro Passos Coelho o alegraria, Carlos Moedas frisou a "figura incontornável" de um primeiro-ministro que "salvou o país de uma situação muito difícil e que "tem ainda um papel muito grande a desempenhar na política portuguesa". Contudo, será ele a escolher que tipo de papel quererá ter.
Leia Também: JMJ. Carlos Moedas diz não ter "nenhuma dúvida" sobre retorno do evento