"Lamentavelmente, o que agora está em curso é todo um processo para intensificar processos de agravamento das injustiças sociais que já são enormíssimas na Madeira. Estão a reunir-se condições para intensificar um processo de agravamento das desigualdades que são escandalosamente gritantes", afirmou.
Edgar Silva falava aos jornalistas no Palácio de São Lourenço, no Funchal, depois de ter sido recebido pelo representante da República, Ireneu Barreto, que começou hoje a ouvir os partidos que conseguiram representação parlamentar depois das eleições legislativas regionais de domingo.
O deputado do PCP e coordenador regional do partido reconheceu que a coligação PSD/CDS-PP tem "legitimidade para formar governo", mas alertou que "o que aí vem pode ser ainda pior do que estava".
"Esta composição, quer pela via do Governo, quer com as incidências parlamentares de acordo, é para intensificar todos os processos de agressão ambiental, de especulação imobiliária, de ocupação do litoral, as agressões ambientais e todos os processos de intensificação da exploração e da injustiça social", considerou.
Edgar Silva sublinhou, por isso, a necessidade de a oposição no parlamento regional ser "ainda mais contundente" e "exigente" no combate às injustiças sociais.
"É preciso encontrar energias renovadas, mais força para um combate que vai ser muito exigente", reforçou.
A coligação PSD/CDS-PP venceu no domingo as legislativas regionais, mas ficou a um deputado da maioria absoluta, tendo sido anunciado na terça-feira um acordo de incidência parlamentar com o PAN, que conseguiu um mandato.
Nas eleições de domingo, a coligação PSD/CDS-PP elegeu 23 deputados, o PS onze, o JPP cinco e o Chega quatro, enquanto a CDU (PCP/PEV), o BE, o PAN e a IL elegeram um deputado cada.
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