Defesa. PSD, Chega e IL querem esclarecimentos de Costa e ministros
PSD, Chega e Iniciativa Liberal pediram hoje esclarecimentos do primeiro-ministro e dos ministros dos Negócios Estrangeiros e Defesa sobre a operação Tempestade Perfeita, com sociais-democratas e André Ventura a admitirem a hipótese de uma comissão de inquérito.
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Política Tempestade Perfeita
PSD, Chega e IL falavam aos jornalistas no parlamento, em reação a uma notícia do Expresso, segundo a qual um dos arguidos no processo "Tempestade Perfeita" implicou João Gomes Cravinho no caso do contrato de assessoria no valor de cerca de 50 mil euros celebrado com o ex-secretário de Estado Marco Capitão Ferreira.
Momentos depois, o PCP considerou que as notícias que têm vindo a público sobre o Ministério da Defesa "são preocupantes" e insistiu na "necessidade de a investigação policial prosseguir e poder fazer o seu caminho" e que "daí possam resultar todas as ilações e consequências".
O PSD desafiou o primeiro-ministro a fazer a avaliação sobre as condições do ministro dos Negócios Estrangeiros para continuar em funções, sem afastar a possibilidade de uma comissão de inquérito sobre as revelações no âmbito do processo Tempestade Perfeita.
"O PSD considera que o ministro está seriamente diminuído para se manter à frente de uma pasta de soberania que são os Negócios Estrangeiros, desafiamos o primeiro-ministro para que faça essa avaliação, se ainda não a fez", afirmou o coordenador do PSD no grupo parlamentar para a área da Defesa, António Prôa.
Pouco antes, o presidente do Chega disse que o seu partido vai propor que os ministros João Gomes Cravinho e Helena Carreiras voltem ao parlamento para prestar esclarecimentos, defendendo que, se o PS não viabilizar estas audições, "o Chega não terá outra opção senão avançar com uma comissão de inquérito ao que acontece no Ministério da Defesa".
"Seria a última das soluções, mas será eventualmente a única que permite esclarecimentos que o país precisa", sustentou.
Questionado sobre esta proposta do Chega, o deputado do PSD considerou que "todos os instrumentos são úteis", mas o partido avaliará quais os mais ajustados.
"Desejamos e esperamos que o primeiro-ministro possa ainda fazer a sua obrigação, e prestar esclarecimentos, mas o PSD ponderará todos os mecanismos para que estes esclarecimentos sejam prestados", disse António Prôa.
O líder parlamentar da Iniciativa Liberal insistiu que o ministro dos Negócios Estrangeiros e antigo titular da pasta da Defesa Nacional não tem "condições políticas para estar no elenco governativo", referindo que o partido tem transmitido essa posição desde o início da legislatura.
Rodrigo Saraiva criticou o silêncio do primeiro-ministro e apelou a António Costa que deixe uma palavra de "credibilidade e confiança da estrutura da Defesa".
Sobre uma eventual comissão de inquérito, o deputado liberal considerou que este caso está a seguir na justiça e "não se justifica ainda", reusando "banaliza esta ferramenta".
Os três partidos manifestaram a sua preocupação pelos "sucessivos episódios" que têm envolvido Gomes Cravinho e consideraram que, apesar de várias vezes questionado em comissão ou plenário, ainda não deu todos os esclarecimentos.
"Diz sempre que não viu, não sabe, não conhece. Para o PSD um ministro que nunca sabe, nunca viu, está diminuído nas suas funções", considerou o social-democrata António Prôa, acusando Gomes Cravinho de "prejudicar a credibilidade do país e do Governo" e contaminar uma área de soberania, a da Defesa.
André Ventura considerou que o ministro "mentiu na comissão, mentiu ao parlamento", falando em "mentiras atrás de mentias no Ministério da Defesa" e acusou António Costa de "proteger Cravinho".
"Entendemos que os governantes devem vir rapidamente dar respostas, esclarecer com transparência o que está a acontecer. Não podemos ter um ministro diminuído com estes casos", defendeu, por seu lado, o líder parlamentar da IL.
Questionado se o Governo deve prestar esclarecimentos, o deputado comunista João Dias defendeu também que "o parlamento poderá e deve desenvolver essa que é a sua competência de fiscalização à atuação do Governo" e indicou que o partido está disponível para, "em sede da comissão de defesa, continuar a fazer esse questionamento e fiscalização da atuação dos membros do Governo".
Numa nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o anterior titular da pasta da Defesa afasta mais uma vez a ideia de ter estado envolvido no contrato celebrado entre a Direção-Geral de Recursos de Defesa Nacional e Marco Capitão Ferreira.
[Notícia atualizada às 13h11]
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