André Ventura interpelou hoje a mesa, na Assembleia da Republica, na abertura de sessão, para lamentar que Augusto Santos Silva não tenha tido "palavras de condenação" para as agressões aos elementos do Chega nas manifestações de sábado, sobre a habitação.
O Presidente da Assembleia da República falou em "ato de provocação" e o grupo parlamentar abandonou a bancada.
"Aquele que nos devia representar a todos ficou em silêncio perante ataques de forças políticas extremistas sem respeito pelo pluralismo e pela representatividade democrática", disse o líder do Chega.
André Ventura considerou que Santos Silva tinha hoje a oportunidade de "emendar a mão" e "dizer ao país e ao parlamento que a violência nunca, em caso algum, é aceitável".
"Se não conseguir fazer isto, é porque o senhor presidente não é presidente de todos os deputados, é porque não é presidente de todos os membros deste parlamento", afirmou.
"A violência é sempre condenável", disse Santos Silva, acrescentando, contudo, ser necessário que nos abstenhamos de "atos de provocação".
"Devemos respeitar as manifestações cujos produtores, cujas motivações e cujos objetivos estão muito distantes dos nossos. Devemos saber respeitar porque essa é uma condição da convivência democrática: nem impedir os outros de se manifestar, nem nos imiscuirmos em protestos ou manifestações que, manifestamente, nada têm a ver connosco", afirmou Santos Silva, levando a nova resposta de André Ventura que disse que um dos deputados agredidos foi até convidado a estar presente na manifestação.
André Ventura exaltou-se depois, falando alto mas dizendo não ter de refrear o tom de voz.
"O senhor presidente já não é meu presidente, nem desta bancada, Não o reconheço como presidente da Assembleia da República e vou-me embora, que é para isso que estou aqui", atirou Ventura, acabando o grupo parlamentar por abandonar o Parlamento.
Recorde-se que dois deputados do Chega foram apupados na manifestação de sábado, tendo inclusive de ser escoltados pela polícia. Dezenas de manifestantes começaram a gritar "fascistas não passarão" e dados os tumultos que se criaram ao redor dos deputados, a Polícia de Segurança Pública (PSP) teve de intervir, fazendo um cordão de segurança ao redor de Rui Paulo Sousa e Filipe Melo.
[Notícia atualizada às 15h45]
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