No final da cerimónia comemorativa do 05 de Outubro, que decorreu na Praça do Município, em Lisboa, coube ao líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, uma reação ao discurso do chefe de Estado, do qual destacou o repto para que não se repetiam os erros do passado.
"Estamos a repetir os mesmos erros, na questão da habitação em particular, que ao ser negado esse direito, está a empurrar muitas pessoas para fora do país. Nós temos o problema a ser repetido e não haver uma palavra do Presidente da República sobre a habitação, algo que fez com que centenas de milhares de pessoas saíssem à rua por todo o país no último fim de semana, mostra algum desfasamento face à realidade", criticou.
Para Pedro Filipe Soares, o Presidente da República "falha na apresentação de soluções" neste discurso uma vez que apesar de dizer qe não se pode repetir os erros do passado, não se foca num dos "grandes problemas na fixação dos jovens que é a habitação".
"Quando nós tivemos uma guerra entre Presidente da República, primeiro-ministro durante meses sobre a questão da habitação e agora não temos nada neste discurso sobre essa matéria, percebemos que na prática não havia uma divergência de fundo. Ora, essa inexistência de uma divergência de fundo também coloca em causa a resposta que o Presidente da República pediu", defendeu.
Na análise do BE, esta resposta à crise na habitação é urgente e por isso o partido agendou para 25 de Outubro um debate potestativo na Assembleia da República para se debater estas soluções.
"Impedir a lógica de venda a não residentes que estão a especular nas nossas cidades, garantir tetos às rendas e salvaguardar o direito à habitação", detalhou.
Questionado pelos jornalistas sobre o discurso do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, no qual anunciou que a cidade vai ter "grande iniciativa" para celebrar 25 de Novembro, Pedro Filipe Soares escusou-se a comentar.
"Sobre o debate que o presidente da Câmara de Lisboa quer criar na sociedade para desviar as atenções do essencial, permita-me que não desvie as atenções do essencial e o essencial está mesmo no discurso do senhor Presidente da República", disse apenas.
O Presidente da República avisou hoje que as instituições internacionais e portuguesas ou "mudam a bem ou mudarão a mal", ou seja, "tarde e atabalhoadamente".
No mesmo discurso, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que é possível ter "democracias mais fortes" caso não se opte por "esperar para ver", pedindo reformas "a sério" para evitar mudanças vindas dos pântanos e "revolver águas paradas".
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