A vereadora do Bloco de Esquerda na Câmara Municipal de Lisboa, Beatriz Gomes Dias, reagiu ao ficheiro que o autarca Carlos Moedas divulgou, esta sexta-feira, intitulado "prestação de contas da CML" sobre a JMJ, afirmando que este é "um panfleto vazio, sem qualquer transparência".
"Este powerpoint não foi enviado às vereadoras e vereadores da CML, nem tão pouco às deputadas e deputados municipais da AML. É um panfleto vazio, sem qualquer transparência, não cumpre o rigor que se espera de qualquer pessoa que tenha a responsabilidade de gerir dinheiros públicos", afirma em comunicado.
Dessa forma, a vereadora do Bloco anuncia que vai apresentar na próxima semana uma proposta formal para "uma auditoria às contas da CML na JMJ e de um estudo independente sobre o impacto económico do evento".
Sobre o "panfleto", o Bloco de Esquerda apresenta várias críticas, começando por afirmar que não de trata de uma prestação de contas, pois "não enuncia os contratos, os ajustes diretos, as entidades contratantes e os fornecedores", sendo assim impossível "aferir quantos milhões foram gastos e para que efeito".
Depois, alega que Moedas "resolveu" organizar a informação "por local das atividades e não pela tipologia da despesa nem pelo seu objetivo", podendo assim apresentar como sendo "investimento" rubricas como "fiscalização", que é um serviço. "Considera investimento a construção do palco, que entretanto desapareceu", aponta a vereadora, acrescentando que "os gráficos apresentados estão mal construídos".
Beatriz Gomes Dias refere ainda que "não são apresentados todos os custos associados aos serviços municipais prestados diretamente, pelo que o orçamento de 35 milhões terá sido largamente ultrapassado". A vereadora acrescenta ainda que Moedas quer "esconder a máquina de propaganda que montou para seu proveito próprio e que foi alvo de notícias na imprensa".
Por fim, o Bloco critica o documento por não ser apresentado por uma entidade independente e não "discriminar ou anexar os contratos e ajustes diretos", concluindo que "a sua credibilidade é questionável".
De recordar que segundo Carlos Moedas, a despesa da Câmara de Lisboa com a realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) ficou em 33,979 milhões de euros, "um milhão abaixo do previsto no orçamento global inicial" definido pelo presidente do município, anunciou a autarquia.
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