PCP acusa Governo de apostar em "desmantelar o SNS"
Paulo Raimundo diz que o Governo não aposta "resolver problemas". Segundo o comunista, para salvar o SNS é necessário "fixar profissionais, nomeadamente médicos".
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Política Paulo Raimundo
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, acusou esta sexta-feira o Governo de querer "desmantelar o Serviço Nacional de Sáude (SNS)" e de não apostar em "resolver problemas". Segundo o comunista, para salvar o SNS é necessário "fixar profissionais, nomeadamente médicos".
Para Paulo Raimundo, a solução passa por criar "medidas que fixem os profissionais, criação de condições de trabalho e respeitar os profissionais de saúde, que é isso que eles exigem e bem", disse à chegada a um centro de saúde em Odivelas. O secretário-geral do PCP afirmou que "há condições, meios e dinheiro" para a criação de medidas que fixem os profissionais de saúde. "Não me venham dizer que não há dinheiro, se não houvesse não se dava dois mil milhões de benefícios fiscais no próximo ano aos grandes grupos económicos", referiu.
O líder dos comunistas afirmou que a sua visita ao centro de saúde se devia ao "contacto com a realidade da vida e das dificuldades das pessoas". Paulo Raimundo referiu que a realidade das pessoas "contrasta com a realidade paralela que parece que o Governo vive" e salientou a dificuldade dos portugueses no acesso a médicos de família, consultas e tratamentos. Apesar da instabilidade na saúde, Paulo Raimundo considerou que "parece que está tudo bem" para o primeiro-ministro, Governo e para o ministro da Saúde.
"Chega-se ao descalabro de pedir às pessoas que em vez de virem ao médico liguem para a linha de Saúde 24", afirmou Paulo Raimundo, que acusou também o Governo de "querer dividir doentes e profissionais".
"Podem vir com a pressão, a chantagem, mas isso não vai acontecer, porque os utentes sabem, por experiência própria, todos os dias, que encontram nos profissionais de saúde gente que se empenha para manter o serviço a funcionar", disse.
O secretário-geral do PCP responsabilizou ainda o Governo pelo que vier a acontecer no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e disse não ver "grande entusiasmo" no executivo para chegar a acordo com os sindicatos dos médicos. Raimundo alertou que não é apenas o mês novembro que "vai ser trágico" - como admitiu o diretor-executivo do SNS, Fernando Araújo -, uma vez que os últimos meses já têm sido "um drama".
"Tudo o que aconteceu até agora e tudo o que vier a acontecer nos próximos tempos é da única responsabilidade política do Governo. E, portanto, o Governo devia olhar para este problema, para o drama, e tomar as medidas necessárias para evitar tudo aquilo que possa vir a acontecer", declarou.
Questionado se acredita que vai haver um acordo entre o Governo e os sindicatos dos médicos na reunião deste sábado, Paulo Raimundo disse esperar que sim, salientando que "não há nenhuma razão para não se chegar a acordo", mas manifestou ceticismo.
Interrogado se considera que se está a caminhar para uma privatização no SNS, o secretário-geral do PCP disse que é a isso que se está a assistir, alegando que a proposta de Orçamento do Estado do Governo transfere cerca de oito mil milhões de euros "dos bolsos do Estado para o setor privado e para o negócio da doença".
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