O líder do Partido Comunista Português (PCP), Paulo Raimundo, fez, esta quinta-feira, uma conferência de imprensa sobre a decisão do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em dissolver a Assembleia da República e convocar eleições antecipadas.
"A demissão do Governo - tendo sido precipitada pelos desenvolvimentos recentes e pelas investigações judiciais - não pode nem está desligada da política que tem sido executada com o agravamento dos problemas, das desigualdades e das injustiças", afirmou.
Nesta linha, o comunista afirmou que "o aumento do custo de vida e a degradação do poder de compra" e o "agravamento dos problemas na Saúde, na Habitação, na Educação ou na Justiça" são "exemplos flagrantes das consequências das opções do governo do Partido Socialista (PS) e da sua maioria absoluta".
Lembrando que a Assembleia da República será dissolvida, Paulo Raimundo sublinhou que "cabe aos trabalhadores e ao povo decidir" a sua "composição futura".
"Cabe aos portugueses e ao povo decidir sobre o seu próprio futuro, sobre os seus próprios interesses e as suas próprias aspirações. Os últimos anos revelam com muita clareza que é o reforço do PCP e da CDU que podem criar condições para abrir caminho à defesa dos direitos e à concretização de uma política cada vez mais necessária, uma política alternativa", defendeu.
O comunista considerou que as próximas eleições, agendadas para 10 de março de 2024, são uma "oportunidade para romper com a política de Direita" e abrir "caminho para uma política capaz de dar solução aos graves problemas que atingem o país".
Sublinhe-se que o primeiro-ministro, António Costa, demitiu-se na terça-feira, após ter sido envolvido numa investigação do Ministério Público (MP) sobre negócios de lítio e hidrogénio.
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