Santos Silva? "Uma espécie de membro de claque em nome do PS"
O líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, acusou hoje o presidente da Assembleia da República de interferência na justiça e de ser "uma espécie de membro de claque em nome do PS ou de uma fação do PS".
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Política Rui Rocha
Rui Rocha reagia no parlamento à entrevista dada por Augusto Santos Silva à RTP3 na noite de quarta-feira, na qual considerou que o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) deve esclarecer depressa, antes das eleições, a situação penal do primeiro-ministro, António Costa, frisando que o caso abriu uma crise política.
"Essa tentativa de estabelecer um prazo para a investigação é claramente uma interferência. Não sabemos do que estamos a falar, eu espero que Augusto Santos Silva saiba tanto como eu sobre essa matéria, e se não sabemos como podemos dizer que o que está em causa é algo simples que pode ser acelerado e em três ou quatro meses pode ser concluído, ou se é algo mais complexo, profundo que carece de uma investigação mais demorada?", questionou o líder da IL.
Para Rui Rocha, "estabelecer um prazo à justiça não é digno nem aceitável vindo da segunda figura do Estado".
O presidente da IL reconheceu que há problemas na Justiça mas classificou o PS como "principal responsável".
"Temos que distinguir, problemas na justiça tratam-se com seriedade, no tempo certo, não é pressionando uma investigação porque isso não é o papel próprio de quem separa poderes, de quem tem independência, é o papel próprio de quem é membro de claque e isso não é aceitável num presidente da Assembleia da República", criticou.
Na mesma entrevista, Augusto Santos Silva manifestou publicamente o seu apoio ao candidato à liderança do PS José Luís Carneiro.
Rui Rocha considerou que, no seu mandato, o presidente do parlamento "esteve sempre com a camisola do PS vestida" e que "agora parece que já não lhe basta estar com camisola do PS vestida, está ainda dentro de uma fação do PS" e que isso "não é próprio de um presidente do parlamento".
O líder dos liberais lamentou que não exista nenhum mecanismo oficial formal que permita discutir no parlamento o comportamento do presidente da Assembleia da República, considerando que é a figura do Estado "menos sujeita a algum tipo de sindicância ou censura".
Rui Rocha acusou ainda Santos Silva de se querer "catapultar para desígnios pessoais" e apresentar-se como "um dos donos do regime".
"Mas não há nenhum mecanismo formal que permita discutir isto, por exemplo, no parlamento com o próprio presidente da Assembleia. A conclusão é que tem que ser o próprio a ter esse padrão de dignidade nas funções. E se quer continuar a ser uma espécie de líder de claque em nome do PS ou em nome de uma fação do PS, então devia fazer de facto um exame porque faz-se claque noutro tipo de contextos, não na função de presidente da Assembleia da República", defendeu.
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