Crise política? "Não votei neste Governo, mas sinto-me roubado"
O jornalista Miguel Sousa Tavares salientou que não aceita que "três procuradores [do Ministério Público] derrubem um Governo de maioria que os portugueses escolheram".
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País Miguel Sousa Tavares
Miguel Sousa Tavares voltou a comentar a crise política instalada no país, afirmando que se sente "roubado" e que não aceita que "três procuradores [do Ministério Público] derrubem um Governo de maioria que os portugueses escolheram".
Reiterando o que considera uma má atuação por parte do Ministério Público (MP) no âmbito da Operação Influencer, o jornalista sublinhou que "o mal estar no Ministério Público, que é real, é um sinal de que não pensam todos da mesma maneira e é sinal que, dentro do MP, há quem não se reveja na forma como este processo avançou e os resultados que daí aconteceram".
"Se não há indícios e isso não é explicado até março, o MP fez dois males: roubou um Governo eleito por uma maioria de portugueses e deixou dúvidas a pairar até à próxima eleição", atirou, no seu espaço de comentário na CNN Portugal.
A Justiça derruba um Governo e a senhora [Lucília Gago] acha que não tem que dar satisfações a ninguém? Nem ao país?
Na ótica de Miguel Sousa Tavares, "saber ou não saber se o Governo que estava em funções tinha um primeiro-ministro que está ou não está implicado numa atividade criminal tem influência eleitoral".
Já Lucília Gago, a Procuradora-Geral da República "não foi capaz na altura decisiva e não vai a tempo de remediar". "A Justiça derruba um Governo e a senhora [Lucília Gago] acha que não tem que dar satisfações a ninguém? Nem ao país?", questionou Miguel Sousa Tavares.
"Como única responsável hierárquica do MP, porque é que se absteve daquilo que devia ter feito que era controlar a investigação? Só não o fez como agravou as coisas", atirou o jornalista.
Miguel Sousa Tavares deu conta ainda que sente "roubado" perante a queda do Governo. "Não votei neste Governo, mas sinto-me roubado. Não aceito que três procuradores derrubem um Governo de maioria que os portugueses escolheram", destacou.
Recorde-se que Portugal vai ter eleições legislativas antecipadas a 10 de março do próximo ano, marcadas pelo Presidente da República, na sequência da demissão do primeiro-ministro.
António Costa demitiu-se depois de o MP ter revelado que este é alvo de uma investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio.
De realçar que as buscas da Polícia de Segurança Pública (PSP) e do Ministério Público, no âmbito desta operação, culminaram com a detenção de cinco pessoas - entretanto libertadas -, incluindo o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária.
Já João Galamba, então ministro das Infraestruturas, que se demitiu no início desta semana, foi constituído arguido.
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