O eurodeputado português do Partido Popular Europeu, Paulo Rangel, afirmou, este sábado, que o acordo de governo do partido espanhol PSOE, liderado por Pedro Sanchéz, com dois partidos catalães e que prevê a amnistia de independentistas, "viola o Estado de Direito e ataca a independência judicial".
"O acordo do governo Sánchez viola o Estado de Direito e ataca a independência judicial. É perigoso para a unidade de Espanha", acusou o político social-democrata na rede social X, no dia em que discursou numa manifestação contra a amnistia de independentistas catalães, em Madrid.
"No Parlamento Europeu e em toda a Europa temos de apoiar os espanhóis que lutam pelos valores da transição democrática!", acrescentou.
No seu discurso, Paulo Rangel destacou que "Espanha é um marco da democracia e do respeito pelos direitos em toda a Europa". "Não aceitamos que haja uma lei da amnistia que só é dada para comprar votos no parlamento. É uma linha que não se pode ultrapassar", atirou.
O acordo do governo Sánchez viola o Estado de Direito e ataca a independência judicial. É perigoso para a unidade de Espanha.
— Paulo Rangel (@PauloRangel_pt) November 18, 2023
El que resiste, gana!
No PE e em toda a Europa temos de apoiar os espanhóis que lutam pelos valores da transição democrática!
España no te mates! pic.twitter.com/uXa4wjQdye
O Partido Popular Europeu pediu um debate sobre a situação do estado de direito em Espanha no Parlamento Europeu, que está agendado para a próxima semana, e Rangel prometeu, perante os espanhóis, que vai "apoiar os cidadãos a resistir".
A proposta de lei de amnistia foi entregue no parlamento na segunda-feira passada pelo PSOE e resulta de acordos com dois partidos catalães que em troca viabilizaram, na quinta-feira, um novo governo de esquerda em Espanha, liderado por Pedro Sánchez, na sequência das eleições legislativas de 23 de julho.
O PSOE defende que esta amnistia devolve um conflito político à esfera política e servirá para recuperar a convivência entre catalães e entre a Catalunha e o resto de Espanha depois da fratura de 2017.
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