"O papel aceita tudo, o problema é que quando chegamos ao final do ano e o papel desvaneceu-se. Um bom exemplo da falta de compromisso e da falta diálogo é a implementação do cheque saúde", afirmou José Pacheco.
O deputado único do partido falava no arranque da discussão do Plano e do Orçamento da região para 2024, na Assembleia Legislativa, na Horta.
Na sua intervenção, o líder do Chega no arquipélago evocou os valores da "verdade, humildade, compromisso e diálogo" para lembrar que o partido já tinha saído insatisfeito da discussão do Orçamento da região para 2023, apesar de ter votado a favor do documento.
"A verdade é que no último Orçamento viemos aqui em nome da estabilidade. Achamos que era importante e fundamental dar um sinal de estabilidade aos Açores. Satisfeitos? Não. Insatisfeitos com muita falta de diálogo e muita falta de respeito", assinalou.
Salientando que de "intenções está o inferno cheio", o deputado condenou a "falta de ação" do Governo Regional.
"A verdade é que não é o Chega o enganado, não é o Chega que se sente traído, são os açorianos, são aqueles que aspiravam, uma das nossas bandeiras, a habitação, que continua à espera", sublinhou.
"Quando os senhores acharam que o Chega só servia para a criadagem e votar orçamentos foi no dia que se enganaram", disse.
O Plano e o Orçamento dos Açores para 2024, de cerca de dois mil milhões de euros, começou hoje a ser debatido no plenário da Assembleia Legislativa Regional, na Horta, onde a votação na generalidade deverá acontecer na quarta-feira ou na quinta-feira.
O terceiro Orçamento da legislatura regional é o primeiro a ser votado após a Iniciativa Liberal (IL) e o deputado independente terem denunciado em março os acordos escritos que asseguravam a maioria parlamentar ao Governo dos Açores.
Antes do arranque da discussão, a IL e o PS anunciaram o voto contra na generalidade, enquanto Chega e PAN rejeitaram votar a favor, o que poderá levar à reprovação do Plano e do Orçamento.
A Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados e, na atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM, dois do BE, um da IL, um do PAN, um do Chega e um independente (eleito pelo Chega).
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