"Hoje, não é a sobrevivência deste Governo [Regional] que está em causa. Hoje, o que está em causa é o presente e o futuro da região", disse a deputada Catarina Cabeceiras.
A líder parlamentar do CDS-PP, que falava hoje no parlamento açoriano, na Horta, na sua intervenção final no debate do Orçamento para 2024, referiu que os documentos apresentados pelo executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM "apresentam medidas que são boas para os açorianos e preconizam uma melhoria substancial da qualidade de vida na região".
"O próximo ano será ano de eleições e, por esse motivo, não se compreende a intenção de tentar levar este Governo a governar em circunstâncias que possam criar mais constrangimentos na vida dos açorianos, durante o ano que se avizinha", afirmou.
Na sua intervenção, Catarina Cabeceiras citou o vice-presidente do executivo, Artur Lima, que afirmou que um voto contra o Plano e Orçamento "colocará os Açores num limbo, numa situação de incerteza e de impasse político, com consequências imprevisíveis e nefastas para o desenvolvimento regional".
Na opinião da líder parlamentar do CDS-PP, o atual momento é o de "colocar os Açores acima de tudo" e garantiu aos açorianos que têm na coligação "um parceiro confiável" e no CDS-PP um "referencial de estabilidade".
"O serviço às pessoas não pode, nunca, andar ao sabor de propósitos eleitoralistas. E os compromissos são para ser cumpridos", salientou.
Catarina Cabeceiras reconheceu que "muito foi feito" e "ainda muito há a fazer, sempre com uma ambição renovada".
"Encerro este debate mantendo a certeza de que estes documentos para 2024 apresentam medidas que contribuem na melhoria de vida das nossas gentes. Na certeza também que não podem os Açores ficar em suspenso. Não é tempo de desistir dos Açores", rematou.
O Plano e o Orçamento dos Açores para 2024, de cerca de dois mil milhões de euros, começaram na segunda-feira a ser debatidos no plenário da Assembleia Legislativa Regional, na Horta, onde a votação na generalidade deverá acontecer na tarde de hoje.
O quarto Orçamento da legislatura regional é o primeiro a ser votado após a Iniciativa Liberal (IL) e o deputado independente terem denunciado em março os acordos escritos que asseguravam a maioria parlamentar ao Governo dos Açores.
Antes do arranque da discussão, a IL e o PS anunciaram o voto contra na generalidade, enquanto Chega e PAN rejeitaram votar a favor, o que poderá levar à reprovação do Plano e do Orçamento.
Entretanto, na terça-feira, o presidente do Chega anunciou que o deputado do partido nos Açores vai abster-se na votação.
A Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados e, na atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM, dois do BE, um da IL, um do PAN, um do Chega e um independente (eleito pelo Chega).
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