"Não nos deixará saudade como primeiro-ministro e este Governo não deixará saudades aos portugueses", afirmou.
Intervindo no encerramento da discussão do Orçamento do Estado para o próximo ano, no parlamento, André Ventura acusou o primeiro-ministro de deixar "o país mais pobre e sem soluções", com a educação "a dar as últimas" e um "caos na saúde".
"Com que orçamento se apresenta aos portugueses ao fim de oito anos? Se falhou em todas as áreas, se falharam em todos os desígnios, em todos os objetivos, como podem dizer vamos fazer diferente no futuro?", questionou, rematando: "senhor primeiro-ministro, provavelmente nem a sua mãe acredita em si".
Este comentário provocou apartes no hemiciclo e motivou a intervenção do presidente da Assembleia da República, que pediu a Ventura que "se abstenha de afirmações que não podem deixar de ser qualificadas como injuriosas e indevidas neste parlamento".
"Aqui trata-se de debate político, não de comentários pessoais, muito menos envolvendo familiares de pessoas", acrescentou, tendo sido aplaudido.
O líder do Chega criticou também as "cambalhotas eleitoralistas sem memória" do PS no que toca aos recuos quanto ao aumento do Imposto Único de Circulação e às restrições na lei do tabaco.
"Não interessam as gerações, interessam as eleições. É assim que o PS faz há muitos anos", afirmou.
Lembrando que este é "o último Orçamento do Estado de António Costa", André Ventura considerou que foi "apresentado aos portugueses no maior clima de degradação das instituições de que há memória em Portugal".
O presidente do Chega defendeu que o primeiro-ministro se demitiu "no meio de um escândalo de compadrio e corrupção", numa referência à Operação Influencer, e afirmou que "o que é irónico e curioso nesta história é que o PS acaba a ser vitima do próprio clima irrespirável de compadrio, de negociata, de promiscuidade que promoveu ao longo dos últimos anos, e acaba por fazer como vítima primeira o seu Governo".
Numa intervenção em que citou Adelino Amaro da Costa e Francisco Sá Carneiro, o presidente do Chega considerou que, "para o PS, esta é uma situação caótica".
"O país sofre com isto, mas é a nossa oportunidade, é a oportunidade que o país tem de cortar com o empobrecimento, com a corrupção, com as pensões baixas, com o país atrasado, de cortar com o socialismo que nos torna cada dia mais pobres", defendeu.
André Ventura salientou que a direita tem agora a "responsabilidade de dar ao país uma alternativa de Governo" e mostrar que vai "ser diferente", que "não vai cortar pensões nem aumentar impostos".
"Vergonha daqueles que, mesmo com maiorias na mão, evitarem ou disserem aos portugueses que não querem ser alternativa", afirmou.
Falando sobre pensões, o presidente do Chega dirigiu-se ao líder da Iniciativa Liberal para salientar que "até podiam ser dez TAP, até ao dia em que não haja um pensionista que ganhe menos de 700 ou 800 euros por mês".
E reiterou que o Chega quer implementar "uma contribuição extraordinária sobre a banca", pois não tem "medo de enfrentar nenhum dos interesses instalados".
Nesta intervenção, o presidente do Chega criticou também a eleição de um juiz do Tribunal Constitucional que os deputados fazem hoje, quando o Governo "está prestes a ir embora".
O Orçamento do Estado para 2024 é hoje votado em votação final global, tendo aprovação garantida pela maioria absoluta do PS.
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