"Eu estou disponível para revisitarmos o tema da representação da República nas regiões, mas é uma posição que tem de ser dialogada com os nossos camaradas dessa região, porque há posições diversas consoante estejamos a falar de atribuição dos poderes aos governos regionais ou então uma partilha desses poderes pelo governos regionais e pela Presidência da República", explicou.
José Luís Carneiro falava em Machico, Madeira, no âmbito de um encontro com militantes e simpatizantes do PS, que contou com a participação do recém-eleito presidente da estrutura regional do partido, Paulo Cafôfo, que é o mandatário da sua candidatura na região autónoma.
O candidato à liderança do PS, também ministro da Administração Interna, recusou-se, por outro lado, a comentar a informação divulgada hoje pelo semanário Expresso que aponta para o "caos" no ex-Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), com "imigrantes ilegais que não são retidos fora da hora de expediente, dois mil casos de expulsão parados e base de dados com mandados de captura sem funcionar".
José Luís Carneiro sublinhou que está em campanha interna para a liderança do Partido Socialista, pelo que não quis comentar a notícia do Expresso, adiantando apenas que "se ler com atenção, não é, aliás, uma competência que me esteja atribuída".
No encontro com militantes e simpatizantes, que decorreu no Fórum Machico, o candidato a secretário-geral do PS afirmou que pretende fortalecer as autonomias regionais, nomeadamente ao nível do financiamento da mobilidade, da Lei das Finanças Regionais e dos recursos do mar, considerando que a Madeira e os Açores devem ter uma maior participação na sua gestão.
"Aquilo que venho aqui dizer é que os militantes do Partido Socialista, cada um vale um voto, cada militante é uma consciência livre e democrática e é com muito gosto que vejo que os portugueses estão a aderir cada vez mais à nossa proposta política para o país", disse, para logo acrescentar: "Aquilo que eu peço aos militantes é que ouçam aquilo que o país está a dizer ao PS e o que está a dizer ao PS é que esta candidatura é a que melhores condições tem para ganhar as eleições ao PSD e, por isso, é aquela que tem a melhor proposta política para serviço o nosso país".
José Luís Carneiro considerou, também, que as sondagens indicam que a sua candidatura vai buscar votos ao "grande centro político e social", bem como à esquerda, vincando ser uma "alternativa clara para servir" o país.
Às eleições diretas socialistas, agendadas para 15 e 16 de dezembro, apresentaram-se até agora três candidatos: o ex-ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos, o atual ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, e Daniel Adrião, dirigente da linha minoritária de oposição ao atual secretário-geral, António Costa.
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