Compra de ações dos CTT? "Gostava de saber quem teve esta ideia luminosa"

A centrista Cecília Meireles comentou, esta quarta-feira, a polémica compra de ações nos CTT por parte do Estado, um negócio que aconteceu em 2021 e só foi conhecido agora após o Jornal Económico ter avançado a notícia - já que a compra nunca foi tornada pública.

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Notícias ao Minuto
03/01/2024 22:26 ‧ 03/01/2024 por Notícias ao Minuto

Política

Cecília Meireles

A antiga deputada do CDS-PP Cecília Meireles comentou, esta quarta-feira, a polémica compra de ações dos CTT - Correios de Portugal pela Parpública, por ordem do Governo, conhecida hoje.

Segundo o Jornal Económico, o anterior Governo, sem o divulgar, instruiu a Parpública a comprar ações dos CTT através de um despacho do então ministro das Finanças, João Leão. A Parpública já se pronunciou sobre o caso, dizendo que a compra em questão aconteceu em 2021 e "ocorreu no cumprimento dos requisitos legais", com despacho do ministro e com parecer favorável da Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Setor Público Empresarial (UTAM).

“A grande questão que se põe em relação a esta aquisição é o facto de ela ter sido secreta e o facto de não ter sido conhecida”, afirmou a centrista, no programa ‘Linhas Vermelhas’, emitido pela SIC Notícias.

“Há uma coisa muito simples que matava logo este debate se o Governo viesse esclarecer: afinal de contas, porque é que se lembraram de comprar ações dos CTT?”, continuou, sublinhando que “a questão era toda esta”.

“Acho extraordinário vir-se falar em mercado porque agora fiquei a saber que Estado português andou a comprar ações de uma empresa que é privada ao mesmo tempo que renegociava um contrato de concessão e que decidia se havia ou não outro contrato de concessão com essa empresa. Isto é que é mercado?”, questionou, acrescentando: “A mesma entidade que decide se aquela empresa tem ou não objeto é a mesma que anda a comprar as suas ações com um objetivo absolutamente desconhecido?”

Cecília Meireles apontou que gostava de saber algumas coisas em relação a esta situação, nomeadamente, quanto é as ações valiam, por forma a perceber qual o impacto no mercado. “Alguma coisa me diz que as ações devem ter desvalorizado a seguir, pelas datas que estão a ser apontadas. Mas gostava de saber na ponta do papel”, explicou.

Para além desta questão, a centrista referiu que era também importante saber quem é que tomou a decisão. “Gostava de saber quem é que teve esta ideia luminosa”, afirmou, reconhecendo que até poderá ter sido a Parpública. “Mas, se assim fosse, suponho que alguém já teria vindo dizer alguma coisa”, referiu.

A comentadora apontou ainda que gostaria de ter ouvido outro género de explicações de Pedro Nuno Santos, então ministro das Infraestruturas e da Habitação. “Era ministro de uma pasta sectorial que tutelava isto. É candidato a primeiro-ministro. Quando confrontando com a pergunta vai a fugir pelos corredores do Parlamento e a dizer ‘É melhor ir perguntar ao Governo’… Francamente, não me parece uma atitude adequada”, afirmou.

Leia Também: PSD questiona Finanças e Tribunal de Contas sobre compra de ações dos CTT

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