"Temos um secretário-geral do PS absolutamente nas mãos do BE e do PCP"

O líder da Iniciativa Liberal acusou o "descalabro" das explicações do atual secretário-geral do PS sobre o caso da compra de ações dos CTT. "É bom que os portugueses tenham acesso a este tipo de 'performance' de Pedro Nuno Santos", afirmou Rui Rocha.

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Notícias ao Minuto
04/01/2024 16:32 ‧ 04/01/2024 por Notícias ao Minuto

Política

Rui Rocha

O presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, considerou, esta quinta-feira, que as explicações do secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, sobre a compra de ações dos CTT pelo Estado, foram um "descalabro".

"Ficamos a saber que Pedro Nuno Santos considera que não houve nenhuma negociação com o Partido Comunista (PCP) e com o Bloco de Esquerda (BE) porque nem sequer foi preciso. O que Pedro Nuno Santos vem dizer é: 'Nós sabemos o que é que PCP e BE queriam, na altura, e portanto atuamos por forma a ir ao encontro daquilo que esses partidos eventualmente poderiam esperar para apoiar o PS'", criticou Rui Rocha, atirando: "É absolutamente surpreendente. Temos um secretário-geral do PS absolutamente nas mãos do BE e do PCP".

"PCP e BE, a partir de agora, sabem que nem precisam de negociar para que Pedro Nuno Santos se, por acaso, viesse a ser primeiro-ministro, estar a fazer aquilo que desejam, sem sequer ser necessária uma negociação", lamentou Rui Rocha, em declarações aos jornalistas desde a Assembleia da República.

Nas mesmas declarações, Rui Rocha acusou que o secretário-geral do PS, "que se considera um fazedor", terá respondido "ah bom, isso logo se vê", quando questionado sobre "qual será a posição de um eventual Governo" por si liderado relativamente aos CTT.

É bom que os portugueses tenham acesso a este tipo de 'performance' de Pedro Nuno Santos

"Então depois não acompanhou o processo? Havia uma intenção de que a participação chegasse aos 13%? 'Ah, isso já não é comigo'. Mas então o ministro da tutela do serviço postal, que estava tão preocupado, diz-nos ele hoje, com o serviço prestado, desliga-se da decisão e só vem tentar explicar aquilo que foi a sua intervenção, dizendo que não tinha nada a ver com a operação no seu conjunto, que poderia levar a ter 13% de participação? Tudo isto é um descalabro, um completo despropósito do ponto de vista da explicação", lamentou.

Para concluir, o líder liberal considerou que "é bom que os portugueses tenham acesso a este tipo de 'performance' de Pedro Nuno Santos". "Ficamos a saber agora que estaria completamente nas mãos do PCP e do BE, mesmo sem nenhuma necessidade de negociação", disse.

"Estamos perante um padrão"

"Estamos perante um padrão. No caso de Alexandra Reis, a primeira reação de Pedro Nuno Santos foi dizer 'Não sei de nada'. Depois, foi descobrir no seu WhatsApp que de facto tinha dado uma autorização para uma indemnização de meio milhão de euros, imagine-se. Ontem, confrontado com esta situação dos CTT,  a primeira reação é tentar descartar-se da questão", descreveu ainda Rui Rocha, continuando: "Obviamente que há um conjunto de pressões que foram feitas e hoje veio dizer uma explicação, que é: 'Eu quis esperar o Governo'".

"Isto é contraditório. Acabamos de assistir a uma intervenção de Pedro Nuno Santos antes de António Costa. Se a ideia era dar uma explicação só depois do Governo, não fez isso, portanto a explicação cai pela base, é uma explicação absolutamente desastrada", defendeu.

De recordar que o Jornal Económico noticiou na quarta-feira que o anterior Governo, sem o divulgar, instruiu a Parpública a comprar ações dos CTT através de um despacho do então ministro das Finanças, João Leão.

Em comunicado, a Parpública defendeu que "a compra de ações dos CTT, realizada até outubro de 2021, ocorreu no cumprimento dos requisitos legais", referindo que foi feita por despacho do ministro das Finanças da altura, João Leão, e com parecer prévio da UTAM - Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Setor Público Empresarial.

Em resposta, o antigo ministro das Infraestruturas disse que "obviamente que sabia" do processo, mas assegurou que não deu a ordem ao ministro das Finanças. Isto porque tem-se colocado a hipótese de que a compra das ações por parte do Estado foi o resultado de uma negociação em troca do apoio político do PCP e do BE.

Leia Também: CTT? "Obviamente que sabia e obviamente que concordo com o que foi feito"

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