"O Chega apresenta-se perante os portugueses com a mentira e manipulação"

As palavras são do secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, em declarações no XXI Congresso Regional do PS, no Funchal, Madeira.

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Inês Frade Freire com Lusa
14/01/2024 14:39 ‧ 14/01/2024 por Inês Frade Freire com Lusa

Política

Pedro Nuno Santos

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, afirmou, este domingo, que "metade do que o Chega diz é impossível de realizar, a outra metade é impossível de aceitar".

"Nós temos um partido que se apresenta em Portugal como um partido antissistema mas tem o pior do sistema, com políticos que não sabem fazer outra coisa que não mentir, tentar enganar, manipular a verdade. Esse é o projeto do Chega para o país", destacou, em declarações no XXI Congresso Regional do PS, no Funchal, Madeira.

Segundo Pedro Nuno, "há portugueses contentes, há portugueses até zangados". "Nós temos de ter essa consciência, a empatia para perceber os problemas desses portugueses e a humildade para reconhecer que ainda há muito para fazer, é assim que temos de nos apresentar perante os portugueses", salientou.

Para o secretário-geral do PS, "o Chega apresenta-se perante os portugueses com a mentira, com a manipulação, com o único objetivo de seduzir aqueles que estão descontentes, aqueles que estão zangados".

Em jeito de sugestão aos portugueses, Pedro Nuno atirou: "Mas a pergunta que todos se têm que colocar é se têm soluções". "Não, o Chega não tem soluções para os problemas do país. grita, fala alto, mas não tem solução para nenhum problema nacional", respondeu.

"Metade do que o chega diz é impossível de realizar, a outra metade é impossível de aceitar", sublinhou.

Pedro Nuno acusou ainda o líder do Chega de não ser capaz "de explicar como é que financia mais sete mil, oito mil milhões de euros por ano" e de não conseguir "ser convincente porque não é possível". "Rebentava com o Orçamento do Estado e rebentava com o sistema público de pensões", apontou.

Acusando aquele partido de desrespeitar "quem trabalhou uma vida inteira", o dirigente socialista salientou que "o PS continuará a aumentar rendimentos, mas fará isso com sentido de responsabilidade".

"Nenhum reformado quer conviver com propostas irresponsáveis que podem pôr em causa o sistema público de pensões", sustentou.

Pedro Nuno Santos referiu, por outro lado, que a outra metade das propostas feitas pelo Chega "é impossível de aceitar".

"Nós vimos o líder do Chega a desvalorizar o investimento que é feito na igualdade de género em Portugal. [...] Serve propósitos de retórica, mas aquilo que eles fazem todos os dias e que fizeram este fim de semana é desvalorizar o combate à discriminação que continua a existir entre homens e mulheres em Portugal, a desvalorização do combate à violência doméstica que continua a existir em Portugal", lamentou.

"Na realidade, o Chega não respeita as mulheres em Portugal, não respeita as nossas avós, as nossas mães, não respeita as mulheres portuguesas", reforçou, defendendo que "só o PS no governo pode assegurar que não há retrocesso nos direitos das mulheres".

O secretário-geral do PS acrescentou que os socialistas, ao contrário "do partido que está hoje reunido no Congresso", têm "uma visão de respeito, uma visão de humanismo para com todos, para com os outros".

"Nós temos uma visão comunitária da vida. Os problemas de uns são os problemas de todos, nós queremos resolver os problemas do país em conjunto", vincou.

Num discurso centrado sobretudo nas críticas ao Chega, Pedro Nuno Santos abordou também o tema da autonomia, que reconheceu ser "uma tarefa inacabada", considerando, no entanto, que foi "com o Partido Socialista que mais se fizeram avanços no aprofundamento dessa autonomia".

Para o dirigente socialista, é fundamental extinguir a figura do representante da República para a Madeira e contar com a participação das regiões autónomas na gestão do mar.

O secretário-geral do PS disse ainda ter "a certeza" de que os socialistas ainda formarão governo na região, pedindo aos madeirenses uma "oportunidade de experimentar uma visão diferente" e expressando a sua confiança no presidente do PS/Madeira, Paulo Cafôfo.

"O PSD fez o seu trabalho ao longo das décadas. Nós temos um modelo de desenvolvimento esgotado, não será com o PSD que ele será transformado", considerou.

Pedro Nuno Santos apontou também que, apesar de o turismo ser um dos setores mais importantes para todo o país, "a Madeira só conseguirá ter os seus jovens qualificados se for capaz de diversificar a sua economia".

O XXI congresso regional socialista, no qual Paulo Cafôfo foi consagrado presidente do PS/Madeira, decorreu no sábado e hoje, no Funchal.

Por sua vez, a VI Convenção Nacional do Chega arrancou na sexta-feira e decorre até domingo, no Centro Cultural de Viana do Castelo.

André Ventura foi reeleito presidente do Chega no sábado, tendo sido o único à presidência da Direção Nacional e com a oposição interna sem qualquer margem neste congresso já que os delegados foram eleitos em listas afetas ao líder.

[Notícia atualizada às 15h14]

Leia Também: Ventura mantém direção do Chega sem alterações

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