No final da reunião do Conselho Nacional do PSD, que durou cerca de hora e meia, foi Luís Montenegro que transmitiu aos jornalistas que as listas de candidatos a deputados da coligação Aliança Democrática foram aprovadas por "larguíssima maioria", com duas abstenções e dois votos contra.
O presidente do PSD defendeu que a AD será "portadora da esperança, vontade de mudar, mas também sentido de responsabilidade".
"Aqui não anda ninguém a vender um Portugal que pode dar tudo a todos de forma indiscriminada. Esse Portugal não existe, essas propostas políticas são muito audíveis nos propósitos, mas são zero no que conta para resolver o problema das pessoas", afirmou.
Antes, Montenegro tinha sido mais concreto nos destinatários das críticas, quer ao PS, quer ao Chega.
"Não podemos levar a sério a nossa candidatura alternativa, do PS, protagonizada por alguém que fala como se não tivesse oito anos e responsabilidades governativas e não fosse também o rosto do insucesso que hoje atrapalham a vida das pessoas", criticou, sem referir o nome do líder socialista, Pedro Nuno Santos.
E acrescentou, desta vez num "recado" para o Chega: "E não são soluções radicais com enquadramentos irrealistas que não têm condições de ser executados que vão dar reposta às pessoas", avisou.
Montenegro disse estar muito satisfeito com a "votação expressiva" das listas, considerando que dão à atual direção do PSD e à AD condições para partir para uma campanha com a expectativa de um bom resultado "que é ganhar com conforto para ter estabilidade governativa".
Questionado se as saídas de muitos atuais deputados podem criar instabilidade no partido, Montenegro admitiu que a elaboração de listas de candidatos a deputados implicam sempre decisões "que satisfazem uns e não satisfazem outros".
"Procurámos, de forma conjugada, garantir uma altíssima qualificação da nossa proposta com contributos das nossas estruturas no território a abrindo o partido à sociedade, acolhendo pessoas de reputada qualificação para nos ajudar nas mais variadas áreas", disse.
Montenegro salientou que a AD terá na sua lista um ex-bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, uma ex-bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins, um antigo presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa, além de "reputados economistas" ou professores universitários na área das relações internacionais ou educação.
"Estamos a dar um sinal do Portugal que nós queremos, o Portugal que conta com todos e não se esgota nos partidos, se abre à sociedade e vai buscar os melhores para connosco construírem um Portugal novo", afirmou.
[Notícia atualizada às 06h36]
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