O antigo deputado do Partido Social Democrata (PSD), Miguel Relvas, comentou a lista de candidatos à Assembleia da República do PSD, sob a bandeira da Aliança Democrática (AD), aprovada na segunda-feira.
"É positivo. O PSD, nas últimas duas eleições, criou um mau hábito que foi pôr quanto mais desconhecido e quanto mais jovem como cabeça de lista. E voltámos ao velho hábito de ter gente com responsabilidade, gente com passado, gente com currículo politico a encabeçar as listas", afirmou, em comentário na CNN Portugal.
O comentador salienta, contudo, que "se os candidatos a deputados não forem bons candidatos, criam problemas". "Mas não é aí que se decide as eleições. As eleições decidem-se com a capacidade que os líderes têm de alavancar a campanha eleitoral e alavancar o partido do PSD, até ao contrário do PS", acrescentou ainda.
Questionado sobre a escolha de Miguel Pinto Luz para a cabeça de lista pelo círculo eleitoral de Faro, que já criou polémica, uma vez que todas as 16 concelhias do PSD/Algarve enviaram uma carta ao presidente do PSD a "expressar o desagrado" por o líder do partido não escolher Cristóvão Norte.
"É importante que o cidadão comum olhe para os candidatos e diga: 'ser candidato a deputado ou querer ser candidato a deputado para quem tem um certo relevo na sociedade é de elogiar'", respondeu, referindo-se a Miguel Pinto Luz.
Na ótica de Miguel Relvas, o relevante "é que o PSD e a coligação, daqui para a frente, sejam capazes de fazer, no dia 21, uma convenção que seja uma demonstração de força, de afirmação, que demonstre aos portugueses que existe um projeto alternativo ao PS".
"Tenho que reconhecer que esta visão camaleónica do dr. Pedro Nuno Santos trouxe para a vida política, uma diferença em relação àquela ideia que nós tínhamos dele. Tínhamos uma ideia de um Pedro rebelde e agora temos um Pedro doce, um Pedro que pede desculpa dos erros cometidos, um Pedro que veio dizer que quer ter boas relações com o Presidente da República", deu conta o social-democrata.
Miguel Relvas recordou, no entanto, "que foi o Pedro que destruiu o sistema ferroviário português, que não foi capaz de encontrar um aeroporto, que nacionalizou a TAP". "E é por aqui que nós temos de fazer o contraponto", continuou.
"O Partido Socialista diz: 'Nós somos a favor da regionalização'. E a Aliança Democrática, de uma forma clara, tem de afirmar: 'Nós temos outra visão e outro modelo de organização territorial do país'", rematou.
Recorde-se que foi aprovada, na segunda-feira, a lista de candidatos à Assembleia da República do Partido Social-Democrata (PSD), que vai concorrer às eleições de 10 de março em coligação oficial com o CDS-PP e com o Partido Popular Monárquico (PPM), sob a bandeira da Aliança Democrática (AD).
Nela, contam-se muitas novidades, bem como o líder social-democrata, Luís Montenegro, a encabeçar os candidatos por Lisboa e um total de 34 nomes do CDS-PP, segundo a SIC Notícias.
Já segundo a agência Lusa, são pouco mais de 20 os deputados do PSD que se recandidatam às legislativas antecipadas de 10 de março em lugares elegíveis, aos quais acrescem cerca de uma dezena em lugares dificilmente elegíveis ou como suplentes.
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