"Aquilo que a Madeira precisa é de ir rapidamente a eleições, dentro dos prazos constitucionais que sejam possíveis, e não é para mudar de protagonistas, é para mudar de protagonistas e de política, porque, a manterem-se protagonistas diferentes com a mesma política, a consequência na vida de todos os dias dos madeirenses está à vista de todos", afirmou Paulo Raimundo.
O líder comunista falava em declarações aos jornalistas à porta da OGMA, em Alverca, e defendeu que a experiência que se tem na Madeira é que, "independentemente dos protagonistas, a política em concreto não responde aos problemas dos madeirenses".
"Há todos estes casos agora, que estamos a ver, do ponto de vista do foro judicial e criminal - que se apure tudo -, mas o problema de fundo é outro: é que a política não serve os madeirenses, não serve os porto-santenses, e isso é que é preciso alterar", defendeu.
Segundo Paulo Raimundo, na Madeira o problema não é de alterar os protagonistas, "para que se mantenha tudo na mesma, para salvar o fundamental da política errada".
"O que nós precisamos é de mudar os protagonistas, mas para uma outra política. É para isso que nós estamos muito apostados", sublinhou.
Já relativamente às investigações judiciais, o secretário-geral do PCP defendeu que se deve apurar "tudo o que está em investigação e se vá até ao fundo de todas as questões", para não "ficar nada por apurar".
"Os acontecimentos que estão em cima da mesa hoje não são novos, há muitos anos que a CDU na Madeira anda a denunciar estes casos, estas negociatas, estes compadrios, esta corrupção, que até pode não se concluir formalmente que há corrupção, mas que ela há, não há nenhuma dúvida sobre isso", defendeu.
Questionado se saúda a possibilidade de Miguel Albuquerque deixar a presidência do Governo antes de o orçamento regional ser aprovado, tal como noticiou hoje o Expresso, Paulo Raimundo respondeu que é uma "consequência prática de todo este processo".
Paulo Raimundo disse estar consciente de que "há preceitos constitucionais que não permitem que as eleições sejam amanhã", mas "é preciso que fique claro que elas sejam o mais rapidamente possível, dentro dos prazos legais".
"O senhor Presidente da República tem de olhar para as questões formais, mas também não pode deixar de olhar para a situação que está criada. Quanto mais depressa for possível convocar eleições, melhor. Para nós, haver ou não haver orçamento nunca foi uma questão: não foi para as eleições na República, também não será para a Madeira", disse.
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